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Registro Multicêntrico Brasileiro de Alcoolização Septal em pacientes com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva sintomática (registro BRASA)

Pedro Jallad, Alexandre Antonio Cunha Abizaid, Fabio Sandoli de Brito Junior, Fabio Fernandes, Edmundo Arteaga Fernandez, Pedro Alves Lemos Neto, Vagner Madrini Junior, Antonio Fernando Diniz Freire, Henrique Barbosa Ribeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fundamento: A ablação septal com álcool (AAS) é uma abordagem alternativa à miectomia cirúrgica em pacientes sintomáticos com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva (CMHO) e obstrução significativa da via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE). Embora existam vários estudos avaliando a segurança e eficácia de pacientes ASA com CMHO, há escassez de dados avaliando esses pacientes no Brasil. Nossos objetivos foram avaliar a segurança e a eficácia do procedimento ASA em pacientes consecutivos com CMHO de vários centros no Brasil.

Métodos: Este foi um estudo retrospectivo multicêntrico de pacientes com CMHO sintomática submetidos a tratamento com AAS entre janeiro de 2014 e dezembro de 2023. A avaliação incluiu angina (pontuação da Canadian Cardiovascular Society [CCS]), dispneia (classe da New York Heart Association [NYHA]) e índices ecocardiográficos. antes e depois do procedimento ASA. O acompanhamento foi realizado anualmente;

Resultados: Quarenta e um pacientes (idade mediana de 66,4 anos; 73% do sexo feminino) foram submetidos ao procedimento ASA, sendo altamente sintomáticos, 78% em classe III/IV da NYHA, 51% com angina CCS III/IV (93% tinham classe III/IV da NYHA ou CCS III/IV). Em comparação com o valor basal, foi observada uma melhora significativa nos sintomas, de modo que apenas 26,9% e 17% dos pacientes estavam em classe NYHA ou CCS III/IV aos 30 dias e 12 meses de acompanhamento, respectivamente (p < 0,01). No início do estudo, o gradiente de pressão médio da VSVE foi de 88±23 mmHg e reduziu agudamente para 27±21 mmHg (p<0,001), enquanto a espessura do septo interventricular (SIV) reduziu de 19,3±3,2mm para 14,7±2,5mm (p<0,001). Em comparação com o grupo respondedor, os pacientes não respondedores apresentaram um gradiente de pressão da VSVE no início do estudo significativamente maior (113±40 vs. 73±23mmHg, p =0,04) e maior espessura do septo interventricular, embora esta tenha sido sem diferença estatística (16,5 ± 3,9mm vs15,3±2,2mm, respectivamente; p=0,48). 

Conclusões: O procedimento ASA foi seguro e eficaz em pacientes selecionados com CMHO para melhorar os sintomas em pacientes com melhora significativa do desfecho clínico e redução significativa do gradiente de pressão da VSVE. Além disso, foi sugerido que pacientes com maior gradiente de pressão na VSVE no início do estudo (>100 mmhg) são provavelmente menos propensos a responder aos procedimentos de AAS.

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