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Síndrome BRASH – Relato de caso e definição de manifestação subdiagnosticada

Suélisson da Silva Araújo, Pedro Henrique Ferro de Brito, Thais Baptista Teixeira, Rogerio Bicudo Ramos Filho , Taiane Maria Silva Terra, Izadora Raduan Brigo, José Roberto de Oliveira Silva Filho, Tatiana De Carvalho Andreucci Torres Leal, Paulo Rogério Soares, Alexandre de Matos Soeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

 

Introdução

BRASH (sigla para Bradycardia, Renal Failure, AV Nodal Blockade, Shock e Hyperkalemia) é uma causa de bradicardia ainda pouco diagnosticada e reconhecida nos ambientes de emergência. Esse acrônimo refere-se a uma síndrome descrita por Farkas et al.  que pode levar a um amplo espectro de apresentações clínicas, desde quadros leves até óbito. O seu mecanismo consiste na sinergia entre hipercalemia e uso de bloqueadores do nó átrioventricular, principalmente betabloqueadores e bloqueadores de canal de cálcio, que leva à bradicardia, insuficiência renal e choque hemodinâmico.

 

Relato de Caso

Paciente feminina, 69 anos, foi admitida com quadro de bradicardia sintomática. Ao exame físico, paciente referia mal estar inespecífico e tontura ao levantar, pressão arterial 90 x 50 mmHg e frequência cardíaca de 32 batimentos por minuto. Previamente hipertensa, diabética, doente renal crônica estadio IIIb e portadora de fibrilação atrial permanente, em uso de amiodarona 200mg/dia, atenolol 25mg/dia, varfarina 5mg/dia, espironolactona 25mg/dia, furosemida 80mg/dia, metformina 1500mg/dia, atorvastatina 40mg/dia, insulina NPH 42UI/dia e insulina regular 24 UI/dia. Realizada admissão em sala de emergência e coleta de exames laboratoriais que mostravam creatinina 2,47mg/dl (basal 1,54 mg/dl), ureia 153mg/dl (basal 100mg/dl) e potássio de 6,9meq/L. Feito eletrocardiograma com presença de fibrilação atrial de baixa resposta ventricular - figura 1.

Figura 1: ECG mostra fibrilação atrial de baixa resposta ventricular.

Ecocardiograma transtorácico apresentava função sistólica preservada. Realizada a administração de atropina, suspensão de medicações bradicardizantes e medidas para hipercalemia, com normalização dos níveis de potássio, melhora gradual do quadro bradicárdico e reversão da lesão renal aguda. A paciente recebeu alta sem betabloqueador e com recomendação de seguimento cardiológico.

Conclusão: síndrome BRASH deve ser um diagnóstico diferencial no contexto de bradicardia e hipercalemia. Saber reconhecer e tratar essa patologia é essencial, pois seu manejo rápido e adequado permite diminuir a morbimortalidade associada ao quadro.

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