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Bloqueio de ramo direito novo como marcador preditivo e prognóstico de doença coronariana obstrutiva.

Ítala Maria Rosendo da Silva, Camila Melo da Silva , Fernanda Malvestio de Faria, Gustavo Liberalino de Nóbrega Santos, Mayara da Silva Custódio , Reginaldo Claudio da Silva Filho, Pedro Ivo de Marqui Moraes
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: O bloqueio de ramo direito (BRD) é um achado relativamente comum na população geral, ocasionado por um retardo na condução ventricular. O BRD novo em um contexto clínico compatível, possui valor preditivo de doença coronariana obstrutiva (DAC) e confere pior prognóstico em casos de infarto agudo do miocárdio (IAM). 

Relato de caso: Mulher, 71 anos, negra, procurou atendimento médico cerca de 24 horas após início de dor em membro superior esquerdo em queimação com irradiação para dorso, com piora da intensidade da dor e surgimento da irradiação para região retroesternal. Antecedentes pessoais de hipertensão arterial, dislipidemia e tabagismo pregresso. Sinais vitais e ausculta cardiopulmonar sem alterações dignas de nota. ECG de admissão mostrou BRD ausente em exames prévios, sem elevação de segmento ST, além de zona elétrica inativa inferior. Submetida à cineangiocoronariografia que evidenciou estenose de 90% em óstio de ramo intermédio, procedida angioplastia com 1 stent farmacológico sem intercorrências. Havia também lesões obstrutivas graves em artérias coronária direita (CD) e descendente anterior (DA). Evoluiu assintomática, com alteração dinâmica em ECG 24h após procedimento, alargamento adicional do QRS, aparecimento de bloqueio divisional ântero-superior, supradesnivelamento de ST transitório em AVR, com inversão de onda T de V4-V6, DI e AVL. O ecocardiograma mostrou desempenho contrátil do ventrículo esquerdo no limite inferior da normalidade, com acinesia inferior, hipocinesia posterior médio-basalcontrátil, hipocinesia lateral médio-basalventricular e fração de ejeção 54%. Decidido por revascularização percutânea completa durante internação hospitalar (CD e DA), com resultado angiográfico adequado e permaneceu assintomática até a alta hospitalar.

Discussão: Em pacientes com sintomas sugestivos de isquemia miocárdica, o aparecimento de BRD novo é altamente indicativo de doença coronariana obstrutiva, sendo indicada cineangiocoronariografia de urgência conforme recomendação das diretrizes mais recentes. É válido destacar que no IAM sem supradesnivelamento do segmento ST e em pacientes praticantes de exercícios de alta performance, a presença de BRD antigo-prévio não mostrou pior prognóstico ou risco aumentado de morte súbita, respectivamente. O caso relato se destaca pelo reconhecimento do BRD novo como indicativo da presença e gravidade de coronariopatia obstrutiva em contexto clínico compatível.

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