SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Avaliação multimodal invasiva como auxílio na estratégia de tratamento de paciente com doença coronariana complexa e fístula da artéria descendente anterior para artéria pulmonar

Fábio A. Pinton, Roberto Abdalla Filho, Evandro G. de Matos Jr, Tiago P. Di Nucci, Karen M. G V de Sousa, Felipe H L Silva, Dirceu T. P de Melo, Fabio R Lopes
Hospital São Luiz Campinas - Campinas - São Paulo - Brasil

Homem, 74 anos, com antecedentes de HAS e DLP, iniciou quadro de cansaço aos esforços há 3 meses. Exame físico e Rx tórax sem alterações significativas, eletrocardiograma com alterações de repolarização ventricular e ecocardiograma (ECO) transtorácico com hipertrofia ventricular esquerda e fração de ejeção preservada. Solicitado ECO estresse físico que evidenciou hipocinesia ântero-lateral (5 segmentos). Optado por estratificação com cineangiocoronariografia que identificou lesão de 80% em segundo ramo marginal esquerdo (MgE) e artéria descendente anterior (DA) com calcificação moderada e lesões difusas de 80% no terço proximal e médio, além de fístula coronário-caviária da porção proximal da DA para a artéria pulmonar.

Discutido com Heart Team, diante do quadro de equivalente isquêmico podendo ser causado pela coronariopatia e/ou pela fístula, optado por angioplastia coronariana guiada por fisiologia e imagem intravascular e avaliação fisiológica invasiva da fístula após tratamento da coronariopatia.

Após cateterização da coronária esquerda pela via radial, realizada angioplastia do MgE com 1 stent farmacológico com sucesso. Em seguida, posicionado o fio-guia para o cálculo do índice não-hiperêmico (DFR) no terço distal da DA, com resultado de 0,78 (VR>0,89) e decaimento pressórico no terço médio e proximal. Realizado ultrassom intracoronário (IVUS) para guiar a estratégia de tratamento, que evidenciou lesões fibrocalcificadas grave no terço médio, com escore de cálcio do IVUS de 2 pontos, justificando o uso de dispositivos de modificação do cálcio. Realizado preparo das lesões da DA com “cutting balloon” e litotripsia intravascular com aplicação de 80 pulsos, seguido de implante de 3 stents farmacológicos. Feita nova aferição do DFR com valor de 0,87, com decaimento pressórico proximal. Optado por ocluir a fístula, sendo realizada embolização percutânea com 4 molas com sucesso. DFR pós oclusão de 0,93 (padrão em rampa). IVUS mostrando stents bem expandidos.

Paciente recebeu alta hospitalar após 48h com AAS e clopidogrel, além de anti-hipertensivos de uso habitual e estatina + ezetimibe.

No seguimento de 6 meses, paciente permanece assintomático.

Esse caso ilustra a importância dos métodos complementares invasivos no laboratório de hemodinâmica, com avaliação fisiológica para indicar o tratamento de coronariopatia complexa associada a fístula coronário-cavitária, e o IVUS para guiar o implante do stent, especialmente em lesões calcificadas, auxiliando na seleção de dispositivos modificadores de cálcio, permitindo uma boa expansibilidade dos stents.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

44º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

30 de Maio a 01 de Junho de 2024