INTRODUÇÃO: A cirurgia de Bentall-DeBono, um procedimento complexo e delicado realizado para tratar doenças da aorta, dentre elas, o aneurisma de aorta ascendente (AAA), ressaltando ainda os desafios adicionais quando realizada em pacientes idosos, como um indivíduo de 93 anos. Neste contexto, é fundamental considerar não apenas a idade cronológica, mas também a fisiológica do paciente, uma distinção crucial que destaca as diferenças entre a idade real de uma pessoa e sua condição de saúde e capacidade funcional. A compreensão dessa disparidade é essencial para avaliar como a idade influencia a viabilidade e os resultados de uma cirurgia tão complexa. CASO: 93 anos, masculino, diagnosticado com AAA desde os 86 anos, com seu maior diâmetro de 57mm ao ecocardiograma e à angiotomografia de aorta 62mm. Em vista desses achados, discutido com paciente e familiares sobre abordagem cirúrgica da aorta e por oportunidade da válvula mas nesse momento paciente e familiares recusaram a abordagem. No seguimento, evoluiu com piora de classe funcional e edema de membros contornadas com diurético terapia. Em 2021, trouxe angiotomografia de aorta de controle com raiz de aorta de 45mm, aorta ascendente de 70mm. Nesse momento, rediscutido com paciente e familiares a gravidade da doença e prognóstico sendo aceita abordagem cirúrgica pelo paciente. Encaminhado ao ambulatório de Aortopatias. .
O paciente intercorreu com bloqueio átrio ventricular total sintomático em 2023, sendo implantado marca passo, após, apresentou deteriorização clínica e disfunção ventricular. Em vista disso, foi urgenciada a cirurgia valvar com correção de aorta. No dia 02/2024, aos 93 anos, foi realizada o Bentall-DeBono modificado com prótese biológica sem intercorrências no intraoperatório, recebendo alta com 23 dias de internação e com encaminhamento para retorno precoce com equipe da aorta. Conclusão: Explorar a complexa interação entre a idade cronológica e fisiológica em pacientes idosos submetidos a cirurgias de alta complexidade, como a cirurgia de Bentall, é fundamental para uma abordagem clínica holística, que considere não apenas a doença em si, mas também as particularidades individuais do paciente, a fim de garantir um cuidado cirúrgico seguro e eficaz, promovendo a saúde e o bem-estar em todas as fases do processo