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Elevação da Pressão Diastólica Final do Ventrículo Esquerdo com Dispositivo de Assistência Ventricular Pulsátil na Insuficiência Cardíaca e Revascularização Percutânea

Mauricio Felippi de Sá Marchi, Sarah Verhemel, Mark van den Dorpel, Rik Adrichem, Antoon J.M. Van Den Enden, Pedro Calomeni, Joost Daemen, Rutger-Jan Nuis, Henrique Barbosa Ribeiro, Nicolas M. Van Mieghem
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, Erasmus MC - . - . - NL

Introdução

Dispositivos percutâneos de assistência ventricular esquerda (LVAD) são usados para suporte circulatório mecânico durante situações de choque cardiogênico ou intervenções coronárias percutâneas de alto risco. Esses dispositivos normalmente aliviam as pressões do ventrículo esquerdo, resultando na redução da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (LVEDP). Neste relato, descrevemos um caso de aumento da LVEDP com o uso de LVAD pulsátil.

 

Relato de caso

Um homem de 57 anos, com hipercolesterolemia, diabetes mellitus tipo 2 e apneia obstrutiva do sono, foi admitido por insuficiência cardíaca aguda, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida (29%) e estenose aórtica grave, sendo considerado de alto risco cirúrgico pelo Heart Team devido a essas condições. Foi optado então pelo implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) com angioplastia coronariana percutânea concomitante, utilizando o dispositivo iVAC 2L®, PulseCath BV (Amsterdam, Holanda), um LVAD pulsátil. O procedimento foi realizado sob anestesia local e com proteção cerebral. Imediatamente após a TAVI, o dispositivo iVAC foi inserido para fornecer suporte para a angioplastia coronária. Observou-se um aumento do LVEDP para 44 mmHg imediatamente após a inserção do dispositivo, retornando para 22 mmHg após a sua remoção. A revascularização completa guiada por ultrassom percutâneo foi realizada com sucesso, e a válvula bioprótese apresentou bom desempenho ecocardiográfico. O paciente apresentou melhora imediata dos sintomas e recebeu alta hospitalar poucos dias após a intervenção.

 

Discussão

Existem diversos dispositivos percutâneos de LVAD disponíveis, mas não há evidências para apoiar o uso rotineiro dessas ferramentas. No caso apresentado, devido ao alto risco cirúrgico e hemodinâmico, optou-se pela abordagem percutânea completa, com TAVI e angioplastia coronária sob suporte de LVAD. Após a intervenção, o paciente apresentou elevação persistente dos níveis de LVEDP, que foi prontamente corrigida após a remoção do dispositivo de suporte ventricular. A hipótese principal para esse evento foi a posição excêntrica do dispositivo, que pode ter causado malcoaptação das cúspides aórticas, resultando em regurgitação aórtica grave.

 

Conclusão

O uso de dispositivos de LVAD pode levar à má coaptação das cúspides da válvula aórtica durante o implante de TAVI, resultando em regurgitação aórtica aguda. É crucial garantir um posicionamento preciso do dispositivo e detectar prontamente qualquer má coaptação das cúspides aórticas para evitar essa rara complicação.

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