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"CATHLAB NIGHTMARE" DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DO TRONCO DA CORONÁRIA ESQUERDA COMPLICADA COM OCLUSÃO IATROGÊNICA CORRIGIDA PERCUTÂNEAMENTE

Elisa Barros Frattini Ramos, Frederico Lopes de Oliveira , Ana Sofia Barroso Frattini Ramos, Augusto Pipolo , Lizzi Naldi Ruiz
HOSPITAL DE URGÊNCIAS GORVENADOR OTÁVIO LAGES - GOIANIA - GOIAS - BRASIL

Introdução:A dissecção acidental do tronco da artéria coronária esquerda (TCE) é uma das complicações mais temidas pelos cardiologistas, cuja ocorrência pode ser grave se não diagnosticada e tratada prontamente. A incidência da dissecção ocasionada pelo cateter é menor que 0,1%, elevando-se para 1,05% em pacientes com lesão obstrutiva do TCE. A realização de intervenção percutânea (ICP) com implante de stent parece ser a medida apropriada para seu tratamento, entretanto pode ser necessário o uso de dispositivos de assistência circulatória e correção cirúrgica. Contudo sua mortalidade é extremamente elevada. Relato de caso: Mulher, 48 anos, histórico de endometriose em uso de anticoncepcional hormonal. Foi internada com dor torácica e apesar do ECG normal, com marcadores de necrose miocárdica positivos e dor refratária a nitroglicerina venosa. No cateterismo apresentava afilamento da origem do TCE e "esqueletização" da artéria descendente anterior sugerindo dissecção espontânea. Na terceira injeção houve desabamento do teto da TCE, causando suboclusão de DA e CX. Prontamente o cateter TIG foi trocado por um terapêutico XB e por sorte, ambos os vasos foram recanalizados com corda 0.014. Foi realizada técnica de mini crush com TCE>CX como vaso principal devido ao calibre. Felizmente a paciente não apresentou instabilidade, ficando internada 1 dia na UTI e mais 2 dias na enfermaria, sem sintomas. O eco de controle revelou apenas disfunção apical leve e fração de ejeção de 53% por Simpson. Teve alta hospitalar assintomática, com DAPT (Prasugrel). Discussão: As principais causas de dissecção acidental do TCE são: manipulação excessiva e descuidada do cateter; troca de cateteres por outros de curvatura maiores ou de diferentes formas (Amplatz), para superar dificuldades na cateterização do TCE pela sua localização não usual na raiz da aorta; injeção vigorosa de contraste com o cateter em posição não coaxial; utilização de cateteres com ponta dura e entubação profunda do cateter. A ICP imediata com implante de stent parece ser uma alternativa à CRVM em caso de dissecção iatrogênica do TCE pela sua rapidez e eficácia. A evolução tardia, 12 a 30 meses, em pequenas séries de pacientes com dissecção iatrogênica do TCE, mostrou taxas de sobrevida de aproximadamente 90% e de reestenose aos 6 meses variando de 0 a 30%. Conclusão: O implante de stent coronário é uma alternativa apropriada para o tratamento de dissecção acidental do TCE, e a experiência e cuidado no posicionamento do cateter são fundamentais para prevenção desta temida complicação. 

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