Objetivo: Avaliar os hábitos de vida e condições clínicas prejudiciais a saúde cardiovascular, como padrões de consumo alimentar, a prevalência de excesso de peso e obesidade, prática de atividades físicas, o uso de substâncias e a prevalência de condições de saúde crônicas entre adultos de Maceió em 2023.
Métodos: Foram utilizados dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) sobre adultos de Maceió em 2023, foram coletados dados de alimentação, atividade física, uso de substâncias e saúde via questionários. Definiu-se consumo regular como cinco dias semanais de certos alimentos, e o recomendado para frutas e hortaliças como 400g diárias. A atividade física recomendada é de 150 minutos semanais de intensidade moderada. Peso e obesidade foram medidos pelo IMC.
Resultados: O estudo revelou que 34,5% dos adultos reportaram consumo regular de frutas e hortaliças, enquanto apenas 20,1% atingiram o consumo recomendado desses itens. O consumo de feijão cinco ou mais dias da semana foi relatado por 63,3% dos entrevistados. A ingestão de refrigerantes na mesma frequência foi de 11,5%. Em relação aos alimentos protetores para doenças crônicas e ultraprocessados, 34,7% dos participantes consumiram cinco ou mais grupos de alimentos in natura ou minimamente processados, enquanto 17,3% consumiram cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados. A prevalência de excesso de peso foi de 57,7%, e a de obesidade, 21,2%. A prática de atividades físicas no tempo livre foi relatada por 42,8% dos adultos, e 16,3% praticavam atividades físicas no deslocamento. O consumo abusivo de álcool foi observado em 22,0% dos participantes, enquanto 8,0% eram tabagistas. A prevalência de hipertensão arterial foi de 26,7%, diabetes 9,6%, e depressão 11,8%.
Conclusão: Os resultados mostram que são necessárias ações para promover alimentação saudável, mais atividade física e menos consumo de substâncias nocivas em Maceió. Preocupações incluem alta prevalência de sobrepeso, obesidade, consumo insuficiente de frutas, vegetais, muitos ultraprocessados, abuso de álcool e tabagismo. Esses dados são fundamentais para a saúde cardiovascular pois revelam fatores-chave na prevenção e gestão de doenças cardíacas. As limitações do estudo incluem a obtenção de dados secundários a um desenho transversal da VIGITEL que impede a inferência causal, além da dependência de autorrelatos, podendo introduzir vieses de memória e socialmente desejáveis.
