Introdução: A cardiotoxicidade representa um efeito colateral incomum, mas grave, do tratamento com 5FU¹, sendo essa uma quimioterapia antimetabólito usada para uma variedade de tumores sólidos e é o segundo quimioterápico mais comum associado à cardiotoxicidade depois das antraciclinas³. O 5FU apresenta potencial para causar um amplo espectro de cardiotoxicidade, desde alterações eletrocardiográficas assintomáticas até cardiomiopatia e subsequente insuficiência cardíaca.² Objetivo: Descrever uma complicação clínica relacionada ao tratamento com quimioterápicos no contexto de cardiotoxicidade. Metodologia: Estudo retrospectivo com caráter descritivo, observacional e analítico por meio de um relato de caso. Resultados: Paciente do sexo masculino, 62 anos, previamente hipertenso e com diagnóstico de neoplasia de intestino, sem outros fatores de risco relacionados a doença arterial coronariana, apresentou dor torácica tipo B, associado a sudorese fria e vômitos, com duração de 20 minutos e remissão após analgesia comum, sintomas estes que iniciaram uma hora após o término da segunda dose de quimioterápico para neoplasia de intestino. Paciente apresentou recrudescência do quadro, procurou atendimento, onde o eletrocardiograma (ECG) apresentava onda Plus Minus na parede anterior e após realização de ECG seriado com laudo de padrões de normalidade, identificado alteração dinâmica. Prosseguiu-se investigação diagnóstica com cineangiocoronariografia apresentando ausência de lesões obstrutivas coronarianas. A proposta terapêutica para o caso é o esquema FOLFOX (5-FU, leucovorina e oxaliplatina) e as alterações do ECG corroboram para hipótese diagnóstica de angina de Prinztemal ou vasoespástica ocorrida após infusão do quimioterápico e o tratamento para o caso seguiu-se de terapia antianginosa otimizada e tempo de infusão mais prolongado do quimioterápico, não havendo outros episódios de dor torácica.