Introdução: A angina refratária (AR) atinge cerca de 5 a 10% dos portadores de doença arterial coronariana (DAC) segundo o Grupo de Estudo Conjunto da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). O tratamento farmacológico compõe os pilares para o manejo da AR, todavia, muitos pacientes são considerados não aderentes à terapêutica farmacológica. Compreender a adesão é fundamental para obtenção dos melhores resultados terapêuticos. Objetivo: Utilizar a telenfermagem para investigar os fatores associados à inadequação da adesão da terapia farmacológica no paciente com diagnóstico de angina refratária. Método: estudo prospectivo descritivo realizado com a participação dos pacientes em acompanhamento na Clínica de Coronariopatia Crônica. Para avaliação da adesão medicamentosa foi utilizado o instrumento Adherence to Refills and Medications Scale (ARMS). Resultados: Foram acompanhados 13 pacientes em 68 consultas de enfermagem (telenfermagem) com aplicação do formulário ARMS. O escore de adesão médio ao tratamento farmacológico foi de 13,1. A necessidade de compra de medicamentos foi informada em média 63,1% das vezes. A não aquisição de medicamentos relacionados ao alto custo ocorreu em 17%. O custo mensal estimado para aquisição dos medicamentos mais prescritos para o tratamento da angina refratária atinge R$385,35, correspondente a 27% do valor do salário mínimo nacional. Conclusão: O presente estudo trouxe à luz o desabastecimento medicamentoso e os custos elevados dos fármacos prescritos como motivadores para a inadequada adesão farmacológica, fator pouco destacado na literatura. Por meio da navegação, o enfermeiro identificou a situação econômica como motivador para o comportamento de não adesão terapêutica.
Palavras chaves: Telenfermagem. Serviço de Telessaúde. Angina Pectoris. Cooperação do paciente.