Introdução:O tratamento de coarctação (CoA) e recoarctação (ReCoA) da aorta está indicado em pacientes hipertensos com gradiente pico-a-pico ≥ 20 mmHg ou na vigência de estenose ≥ 50% em relação a aorta diafragmática. Entretanto, não há clara definição do método da medida da estenose, nem há estudos comparando diferentes métodos aos gradientes. Portanto, o objetivo do trabalho foi investigar a relação entre diferentes métodos de medida por angiotomografia (ATC) e tanto os gradientes, quanto a indicação de cirurgia na CoA e ReCoA.Métodos:Estudo retrospectivo incluindo pacientes com CoA ou ReCoA submetidos a exame clínico, ecocardiografia (ECO), cateterismo e ATC. Indivíduos com canal arterial patente foram excluídos. As medidas de ATC incluíram: diâmetros hidráulico, máximo, mínimo e derivado da área do istmo (Figura); área do istmo; razões entre as medidas do istmo e a aorta ascendente ou diafragmática; e escores Z (modelos normalizados por Área de Superfície Corpórea [ASC]). Foram realizados os testes de Shapiro-Wilk, correlação de Spearman, curvas de característica de operação do receptor, regressão logística e coeficiente de correlação intraclasse.Figura: ATC em reconstrução volumétrica (A), multiplanar curva (B) e plano transversal (C, D e E) no menor diâmetro da coarctação ístmica (ponta de seta) com demonstração das medidas.
Resultados: Foram incluídos 129 pacientes (45 com CoA e 84 com ReCoA). Os principais parâmetros estão listados na Tabela.
Tabela: Principais parâmetros na comparação entre entre as medidas de ATC, gradientes, gradiente invasivo > 20 mmHg e cirurgia (principal parâmetro de cada categoria em destaque).
Legenda: AUC (Area Under the receiver operating characteristic Curve); PHN (Pediatric Heart Network).
Conclusão:ATC exibiu moderada/alta correlação com gradientes ecocardiográfico e invasivo na CoA e ReCoA. O uso de modelos de normalização por ASC com valores de ATC apresentou correlação e acurácia satisfatórias, apesar de terem sido descritos com base em ECO.