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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

QUAL O ESPAÇO PARA AS NOVAS MEDICAÇÕES NO TRATAMENTO DE HIPERPOTASSEMIA NO CENÁRIO DE ICFER?

Souza, Pedro Augusto S., Reis, Maria Eduarda Pequeno da C., Reis Micael O., Andrietta, Carolina C., Simões, Marcus V., Marques, Fabiana, Valicelli, Flavio Henrique
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: A atual terapia medicamentosa tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), que inclui medicamentos inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (iSRAA), pode associar-se à ocorrência de hipercalemia. Essa situação leva, frequentemente, à descontinuação ou redução de doses desses medicamentos, comprometendo o sucesso terapêutico. Novas medicações ligadoras de potássio podem facilitar esse manejo clínico, sendo relevante estimar o espaço de uso dessas drogas nos pacientes com ICFER ambulatoriais. 

Objetivo: Avaliar a prevalência de hipercalemia e o perfil clínico desses pacientes em relação a pacientes normocalêmicos atendidos em um serviço especializado em ICFER de um hospital terciário público do interior do Estado de São Paulo.

Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo através da coleta de dados em prontuário eletrônico de pacientes com ICFER crônica, estáveis, ambulatoriais, atendidos entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. Utilizamos o Teste de Qui-quadrado para testar a associação entre as variáveis. 

Resultados: A amostra foi composta por 174 pacientes, idade média de 56,2+18,3 anos, com predomínio do sexo masculino (59,8%), classe funcional da New York Heart Association I/II em  49,4% e III/IV em 50,6%,  fração de ejeção do ventrículo esquerdo médio de 30+10,6%. Hipercalemia (K > 5,0 mEq/L) foi detectada em 27 pacientes (15,5%) - figura 1, sendo que 5 desses pacientes (18,5%) já haviam apresentado hipercalemia anteriormente, com redução de dose de iSRAA. A tabela 1 exibe análise dos parâmetros clínico-laboratoriais dos grupos com hipercalemia e com normocalemia. Observamos maior prevalência de doença renal crônica (p = 0,0186) e valores mais elevados de ureia (p = 0,025), creatinina (p = 0,0001) e redução do clearance de creatinina (p = 0,0020) nos pacientes com hipercalemia. Não observamos diferença no uso e doses das diferentes medicações entre os 2 grupos. 

Conclusões: Numa população de pacientes com ICFER otimamente medicados, encontramos prevalência significativa (15,5%) de hipercalemia, sendo potenciais candidatos ao uso de droga ligadora de potássio para melhor manejo terapêutico. Houve associação significativa entre disfunção renal e hipercalemia. A ausência de significância estatística entre o uso dos iSRAA e hipercalemia pode estar relacionada a eventos de hipercalemia prévia e redução de dose otimizada para controle dos níveis séricos de potássio.

 

Histograma Distribuição de pacientes por faixas de potássio sérico:

 

 

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