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Descrição dos fatores de risco cardiovascular em pacientes submetidos à primeira revascularização miocárdica em uma instituição que provê assistência privada e ao Sistema Único de Saúde

Ingrid Helen Grigolo, Tamara Cristina Treib, Cleyton Zanardo de Oliveira, Patrick Araujo Terezan, Guilherme William Marcelino, Bianca Milena Verboski, Gilmara Silveira da Silva, Fernando Augusto Alves da Costa
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Os fatores de risco cardiovascular (RCV) aceleram a progressão da doença aterosclerótica e impactam nos desfechos da doença arterial coronariana (DAC). Objetivo: Descrever os fatores de RCV em pacientes submetidos à primeira revascularização miocárdica em uma instituição de São Paulo que provê assistência ao sistema único de saúde (SUS) e privado (Não SUS). Material e Métodos: Coorte retrospectiva de 675 pacientes maiores de 18 anos submetidos à primeira revascularização miocárdica no período de janeiro a dezembro de 2021. Análise estatística: dados gerenciados pelo REDCap e analisados pelo Software SPSS v25 e o Software R v3.6.3. O Teste de Qui-Quadrado foi feito para as variáveis qualitativas e T de Student para as quantitativas. A correlação das variáveis com a fonte de financiamento foi feita pela Regressão Logística Múltipla. A significância foi de 0,05 com erro de 3%. Resultados: A média de idade no primeiro evento é menor para os usuários do SUS (61,81 anos) em comparação com os pacientes do sistema privado (65,5 anos) (p=0,003). Além disso, a dislipidemia e média do LDL colesterol são maiores no SUS (p<0,0001 e =0,031, respectivamente), enquanto a média de HDL é maior no grupo não SUS (p=0,002). No SUS, há menores taxas de doença arterial obstrutiva crônica (DAOC), doença carotídea e hipotireoidismo (p<0,0001; <0,002 e =0,004, respectivamente) em relação ao sistema privado. A presença de insuficiência cardíaca é significativamente maior no grupo SUS (30%) em comparação com o grupo Não SUS (10%) (p <0,0001). A mortalidade dos pacientes internados foi extremamente baixa, com apenas 1% (sete pacientes), sem diferença entre os grupos. A principal intervenção foi a percutânea 72% (490 pacientes). Não foram encontradas diferenças estatísticas em relação a sexo, etnia, índice de massa corporal, tabagismo, etilismo, hipertensão, insuficiência renal crônica, histórico familiar de doença arterial coronariana, presença de apneia obstrutiva do sono e presença de outras condições patológicas. Conclusão: O presente estudo evidenciou diferenças significativas entre a fonte financiadora para idade, dislipidemia, LDL, HDL, DAOC e IC. O estudo ressalta a necessidade de adotar abordagens abrangentes e inclusivas na promoção da saúde cardiovascular, considerando determinantes sociais, econômicos e comportamentais que desempenham um papel crucial na saúde da população. Além disso, essa pesquisa ressalta que a qualidade dos serviços prestados está diretamente relacionada à menor mortalidade.

 

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