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CAUSAS DE ATENDIMENTO CARDIOVASCULAR NA EMERGÊNCIA EM MAIS DE 1.600.000 PACIENTES: UMA COMPARAÇÃO ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM UMA REDE PRIVADA BRASILEIRA

Milena D. V. de Lacerda, Pedro G. M. B. Silva, Hamilton R. Junior, Karen T. Dias, Luan V. A. Correia, Maria C. X. de Oliveira
Centro Universitário São Camilo - São Paulo - São Paulo - Brasil, Amil - São Paulo - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: Dados de emergência são essenciais para planejar recursos em hospitais, mas são limitados na América Latina, especialmente na prática privada. A pandemia de COVID-19 mudou a epidemiologia global. No Brasil, o primeiro caso, em fevereiro de 2020, alterou o sistema de saúde e uma análise pré e pós-pandêmica é crucial para entender o perfil dos pacientes que procuram serviços de emergência privados por demandas cardiovasculares bem como as mudanças relacionadas com a pandemia.

MÉTODOS: Realizamos um estudo retrospectivo com registros médicos de 12 hospitais privados brasileiros. Coletamos dados ao longo de 212 semanas epidemiológicas, sendo 106 antes e 106 após o primeiro caso de COVID-19 no Brasil (26 de fevereiro de 2020). Incluímos pacientes com mais de 14 anos que procuraram atendimento de emergência nesse período, categorizando-os em cem códigos CID e comparando as frequências com testes qui-quadrado (p < 0,05). Além das causas principais de atendimento no geral, selecionamos as 3 principais causas de atendimento cardiovascular.

RESULTADOS: Um total de 1.660.031 atendimentos ocorreram durante o período analisado. Observamos uma diminuição de 5,2% no uso dos departamentos de emergência durante o período da pandemia (p < 0,01). Os três principais CID pré-COVID-19 (145.627 pacientes) não estavam diretamente relacionados entre si e incluíam gastroenterite, lombalgia e dor pélvica abdominal. Por outro lado, durante o período de COVID-19 (282.226 pacientes), os três principais CID estavam diretamente relacionados às infecções por coronavírus e incluíam: 1) COVID-19, vírus não identificado; 2) COVID-19, vírus identificado; e 3) infecção por coronavírus, local não especificado. Dentre as principais causas de atendimento cardiovascular (tabela 1), dor torácica representou a causa mais comum e totalizou 2,16% dos atendimentos pré e 1,92% dos atendimentos pós início da pandemia (p < 0,01).

 

CONCLUSÃO: Houve uma mudança significativa nas principais causas de atendimento em emergência pré e durante a pandemia. em serviços de urgência de hospitais privados. As demandas cardiovasculares foram semelhantes nas duas fases de análise, entretanto, houve redução no atendimento de causas cardiovasculares durante a pandemia. Os resultados deste estudo poderão melhorar ajudar a direcionar prioridades na gestão das emergências do Brasil tanto em condições estáveis como em situações de mudanças epidemiológicas.

 

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