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Influência da fibrilação atrial persistente no prognóstico da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, levemente reduzida e reduzida em mulheres e homens.

ANTONIO DE PADUA MANSUR, Carlos H. Del Carlo, Geovana Braga do Nascimento, Giovanna Silva Machado, Solange Desirée Avakian, Antonio Carlos Pereira-Barretto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: fibrilação atrial persistente (FAP) está associada a um pior prognóstico na insuficiência cardíaca (IC). No entanto, pouco se sabe sobre a influência da FAP na mortalidade em mulheres e homens com IC com fração de ejeção preservada (ICFEp ≥50%), levemente reduzida (ICFEIr 41% a 49%) e fração de ejeção reduzida (ICFEr ≤40%).

Objetivo: analisar as características e a influência do FAP no prognóstico dos diferentes fenótipos de IC em mulheres e homens.

Métodos: De fevereiro de 2017 a setembro de 2020, analisamos hospitalizações e mortalidade de diferentes fenótipos de IC com e sem FAP. Os dados indexes incluíram características clínicas e achados ecocardiográficos. 

Resultados: Estudamos 11.543 pacientes, com média de 64,1±14,0 anos: 55,1% do sexo masculino, 42% com ICFEr, 12,8% com ICFEI e 45,1% com ICFEp. A FAP foi associada à maior média de idade (67,6±14,3 vs. 62,8±13,4 anos, p<0,001) e mais prevalente em homens (21% vs. 19%; p=0,019). A prevalência de FAP em mulheres e homens foi, respectivamente, 12,4% vs. 18,3% (p<0,001) na ICFEr, 18,1% vs. 22,2% (p=0,029) na ICFElr e 23,3% vs. 23,9 (p=NS) na ICFEp. A mortalidade geral foi de 21,6%, sendo a mortalidade 2,4 vezes maior em pacientes com FAP (40,9% vs. 16,7%, p<0,001) em comparação com ritmo sinusal, mas semelhante em mulheres e homens com FAP (39,5% vs. 41,9%; p =NS), respectivamente. As hospitalizações (30,3% vs. 19,4%, p<0,001) e as admissões na emergência (38,4% vs. 25,7%, p<0,001) foram maiores nos pacientes com FAP. A mortalidade cumulativa foi maior em pacientes com FAP em todos os fenótipos de IC: ICFEr (36,6%), ICFEIr (16,8%), ICFEp (46,6%; p<0,001). Os homens tiveram maior mortalidade cumulativa na ICFEr (18,3% vs. 12,4%; p<0,001) e na ICFElr (22,2% vs. 18,09%; p=0,029), mas não para ICFEp (23,9% vs. 23,3%; p=NS). Na análise multivariada, ajustada para idade, sexo, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral prévios, diabetes, DRC, FAP, cirurgia cardíaca e implante de dispositivos eletrônicos, o FAP foi um preditor independente de morte em todos os fenótipos de IC: ICFEr [HR=1,78(95 IC%:1,57-2,02); p<0,001], ICFEI [HR=2,14(IC95%:1,74-2,65); p<0,001], ICFEP [HR=2,08(IC95%:1,82-2,37); p<0,001].

 Conclusão: A FAP é uma comorbilidade frequente na IC e está associada a um pior prognóstico em todos os fenótipos de IC. Mulheres com FAP tiveram melhor prognóstico do que homens com FAP em ICFEr e ICFElr. Futuros estudos com estratégias sexo-específicas serão necessários para manter o ritmo sinusal em pacientes com IC para redução do risco geral de morte. 

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