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A Extensão do Sono no Fim de Semana (Catch-up Sleep) está Associada com Menor Incidência de Escore de Cálcio Coronariano após 5 anos: Estudo ELSA-Brasil.

Luciano F. Drager, Érique José Farias Peixoto de Miranda, Barbara K. Parise, Ronaldo B. Santos, Soraya Giatti, Aline N. Aielo, Wagner A. Silva, Paulo A. Lotufo, Isabela M. Bensenor, Márcio S. Bittencourt
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - USP - SP - SÃO PAULO - SP - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O sono insuficiente é um problema de saúde pública mundial com potenciais consequências cardiovasculares. Portanto, estratégias que visem melhorar os padrões de sono são altamente desejadas. Estudos transversais mostraram que a extensão do sono no fim de semana (Catch-up Sleep) está associada a um melhor metabolismo da glicose e perfis de função cognitiva, mas faltam estudos longitudinais.Nós testamos a hipótese de que a extensão do sono possa ter efeitos protetores na aterosclerose subclínica.

Métodos: Neste estudo de coorte prospectivo, realizamos uma actigrafia de 7 dias para monitorar a duração do sono e um estudo do sono para detectar a apneia do sono. Para o cálculo da extensão do sono, calculamos a duração do sono no fim de semana (noites de sexta a sábado) menos a duração do sono durante a semana (noites de domingo a quinta). O escore de cálcio coronariano, CAC, foi medido em dois momentos diferentes ao longo do estudo. A incidência de aterosclerose subclínica foi definida como CAC basal=0 seguido por CAC>0 na avaliação de seguimento de 5 anos. A associação do desfecho incidência do CAC foi avaliada por meio de regressão logística com ajuste para idade, sexo, raça, índice de massa corporal, hipertensão, diabetes mellitus, tabagismo, lipoproteína de baixa e alta densidade, uso de estatina, apneia do sono e período interscan). A análise de incidência foi ponderada pela censura de probabilidade inversa.

Resultados: Foram analisados ​​1.832 participantes (idade: 48,8±8,0 anos; 57,8% mulheres; 32,1% com apneia do sono). A duração média do sono foi de 6,6±1,0 horas. A extensão do sono >90 minutos foi observada em 28,0% da amostra. A incidência de CAC foi de 19,1% entre indivíduos com extensão do sono >90 minutos e 31,7% entre aqueles com extensão do sono ≤90 minutos (P<0,001). Na análise ajustada ​​(n=1.170, seguimento=5,4±0,90 anos), encontramos menor incidência de CAC naqueles participantes com extensão de sono >90 minutos nos finais de semana (OR=0,62; IC 95% 0,52–0,74). De forma interessante, a análise estratificada revelou que esses resultados são modificados pela duração do sono (≤6,55 horas: OR=0,42; IC 95% 0,33–0,54; >6,55 horas: OR=0,96; IC 95% 0,75–1,24).

Conclusão: A extensão do sono >90 minutos no final de semana, especialmente nas pessoas que dormem menos, está independentemente associada com menor incidência de CAC. Estes resultados reforçam os efeitos cardiovasculares adversos das restrições de sono durante a semana frequentemente observadas na nossa sociedade.

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