Introdução: Os benefícios dos programas de reabilitação cardíaca (PRC) sobre o perfil inflamatório e ocorrências de eventos adversos simples (EAS) são evidenciados principalmente quando realizados a curto prazo e em pacientes recém inseridos. Entretanto, avaliar se os efeitos positivos continuam a ser obtidos na fase de manutenção (fase III), pode melhorar as estratégias adotadas nesses programas. Objetivos: avaliar os efeitos da fase de manutenção de um PRC sobre as citocinas inflamatórias e ocorrência de EAS, após um período de 8 meses. Métodos: 24 participantes de um PRC (idade: 66,8 ± 7,6 anos; 28,6 ± 3,4 kg/m²; 7,3 ± 5,4 anos no PRC), com diagnóstico clínico de doença cardiovascular e/ou fatores de risco, tiveram as concentrações de TNF-alpha, IL-6 e IL-10 mensuradas a partir de amostras sanguíneas (kit comercial ELISA - R&D Systems, USA) e foram acompanhados por 24 sessões do PRC para registro da ocorrência de EAS (Sintomas: fadiga, dor muscular, angina, tontura, náusea e câimbra; Sinais: arritmias; pressão sistólica ≥ 200 mmHg e diastólica ≥ 120 mmHg durante exercício, taquipneia e palidez). Foram realizados 6 meses do PRC sem nenhum acompanhamento. Após o período, as análises sanguíneas foram refeitas e acompanhados novamente por 24 sessões para registro dos EAS. Teste de Shapiro-Wilk para normalidade; teste de Wilcoxon para comparação entre momentos; método Smallest Worthwhile Change (SWC) para análise de efeitos. Resultados: Não foram observadas modificações significativas para citocinas inflamatórias - TNF-alpha: 17,16 ± 14,43 pg/dL vs 14,61 ± 7,90 pg/dL, p=0,753; IL-6: 95,36 ± 155,63 pg/dL vs 91,83 ± 158,11 pg/dL, p=0,808; IL-10: 15,90 ± 12,27 pg/dL vs 15,10 ± 9,83 pg/dL, p=0,797; ou na ocorrência de EAS – sinais e sintomas: 160 vs 141, p=0,387; apenas sinais: 107 vs 100, p=0,831; apenas sintomas: 53 vs 39, p=0,229. Porém, parte dos pacientes apresentaram efeitos positivos ou nenhum efeito em relação a citocinas e EAS (figura 1). Discussão: Mesmo na fase de manutenção, onde não há modificações expressivas do quadro clínico do paciente, existiram respostas positivas, melhora do perfil inflamatório e redução na ocorrência de EAS, mesmo que não significativas. Conclusão: Tanto as citocinas inflamatórias, quanto aos EAS apresentaram uma diminuição após 8 meses da fase de manutenção de um PRC. Alguns pacientes apresentaram efeitos positivos sobre essas variáveis, mesmo sem significância estatística.