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Estimulação Fisiológica em Paciente Chagásico Não Responsivo a Terapia de Ressincronização Cardíaca Convencional

Fabio Kirzner Dorfman, Christian Gonçalves Sassaki, Roberta B.G. Molina, Evandro Sbaraini , Marcos Faria , Bruno Papelbaum, Gustavo Bittencourt dos Santos, Paola Pozzan Foglia, Vinicius Pinheiro Santos, Pedro A.G.Lima
Hospital das Clinicas L.P.Melo - Mogi das Cruzes - Sp - Br

Introdução: A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) convencional é uma técnica bem estabelecida em pacientes com miocardiopatia dilatada com falha no tratamento clínico, pois visa oferecer uma melhora hemodinâmica e na sobrevida. O caso a seguir ilustra uma variação na abordagem de uma paciente que não teve boa resposta ao método da TRC, optando pela associação da estimulação septal profunda, tornando-a bem respondedora. 

Relato de caso: Paciente CCM, fem., 75 anos, miocardiopatia chagásica, NYHA III, FEVE (28%), BRE com 186ms (Figura1.a) em tratamento otimizado com carvedilol 12,5 mg (2x/dia), espironolactona (25 mg/dia), furosemida 40 mg (2x/dia) e entresto 24 mg + 26 mg (2x/dia). Encaminhada a TRC convencional teve uma melhora discreta do QRS para 171ms (Fig.1.b) e após 6 meses de seguimento a consideramos como não respondedora, mantendo internações por insuficiencia cardíaca. Na última internação em uso de DVA, otimização do tratamento e oxigênio, optamos por realizar uma nova abordagem mantendo o dispositivo anterior. Retiramos o eletrodo endocárdico do VD e colocando um novo eletrodo na região septal profunda (Figura 2 -3). Ao final obtivemos um QRS de 126ms (Figura 1.c e 1.d). Apresentou boa evolução e após 25 dias do procedimento teve alta sem DVA. Após 2 meses teve perda de 20kg, manteve as medicações e o oxigênio domiciliar foi retirado. Apesar de manter a mesma FEVE 28% ficou em CF-II. 

 

Conclusão: A TRC convencional em pacientes chagásicos apresenta uma taxa de resposta inferior quando comparamos com pacientes não chagásicos. Neste caso, quando associamos a estimulação fisiológica tivemos um resultado satisfatório com encurtamento do QRS e melhora funcional sem alterar a função cardíaca. Não é possível afirmarmos a respeito da melhor abordagem inicial para o paciente com doença de Chagas, mas neste caso o implante septal profundo contribuiu significativamente para a melhora clínica desta paciente.

 

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