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Complicação hemorrágica tardia em indivíduo com hipertensão arterial sistêmica após dupla antiagregação plaquetária

Verônica Caroline Brito Reia, Raquel D’Aquino Garcia Caminha, Aristea Ribeiro Carvalho, Kaique Alberto Preto, Vanessa Vilani Addad, Paulo Sérgio da Silva Santos
Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo - Bauru - SP - Brasil , Hospital Estadual de Bauru - Bauru - SP - Brasil

Introdução: Medicamentos antiplaquetários são frequentemente usados ​​para prevenir doenças tromboembólicas, mas quando combinados com regime de dupla antiagregação plaquetária, podem causar complicações hemorrágicas tardias após procedimentos odontológicos. Caso clínico: Mulher, 26 anos, sob internação hospitalar por piora da função renal, queixou-se de “dor de dente persistente por 3 dias”, sendo solicitada avaliação odontológica. Relatou indicação prévia de tratamento endodôntico no dente afetado e sintomas persistentes com analgésicos. Histórico de Doença Renal Crônica em hemodiálise, Diabetes Mellitus tipo 1, Hipertensão Arterial Sistêmica e tabagismo. Ao exame clínico odontológico observou-se grande destruição dentária devido à lesão cariosa no dente 48 com dor ao toque e percussão vertical positiva, ausência de edema, eritema, secreção purulenta e fístula. No exame de imagem, lesão radiolúcida na região periapical do dente citado, destruição coronária, compatível com abscesso periapical sem fístula, optando-se pela extração dentária. A extração transcorreu sem complicações, empregando-se esponja de fibrina como método hemostático local, prescrição medicamentosa e cuidados pós-operatórios (PO). No 1º PO, região operada com bom aspecto, sem edema, sem sangramento ativo e sutura em posição. No 7º PO, foi solicitado nova avaliação odontológica pela equipe médica pois a paciente queixou-se de “hematoma facial, dor e sangramento intraoral” após iniciar uso de Ácido Acetil Salicílico, Clopidogrel e Enoxaparina devido à dor precordial intradialítica, dispneia e dessaturação. Ao exame físico extraoral, observou-se edema na região submandibular direita e ao exame intraoral, presença de coágulo malformado no local da exodontia, suturas posicionadas e sangramento ativo em pequena quantidade. A conduta instituída foi com lavagens bucais diárias com ácido tranexâmico diluído em soro fisiológico e possibilidade de reabordagem cirúrgica após avaliação cardiológica. Devido à melhora significativa após um dia da conduta, controlando sangramento e regressão do coágulo, edema e dor, a reabordagem foi cancelada. Após 15 dias, observou-se cicatrização completa, ausência de sangramento ou infecção e os pontos foram removidos. A paciente recebeu orientações sobre a continuidade dos cuidados bucais e alta da equipe odontológica. Conclusão: O caso destaca a importância da interação entre cardiologia e odontologia no manejo das complicações hemorrágicas após procedimento odontológico invasivo, ressaltando o uso de métodos hemostáticos locais para prevenção e controle.

 

 

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