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ENDOCARDITE DE LIBMAN SACKS: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS ENDOCARDITES.

Kaliana Maria Nascimento Dias de Almeida, Flávio Mateus do Sacramento Conceição, Maria Júlia Silveira Souto, João Ancelmo dos Reis neto, Italo Menezes Ferreira, Diandro Marinho Mota
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

 

INTRODUÇÃO

O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é caracterizado pela atividade aberrante do sistema imunológico, com incidência de 0,3 a 31,5 casos a cada 100.000 habitantes/ano. Dentre as manifestações cardiovasculares, descreve-se a endocardite de Libman-Sacks (ELS) como condição rara, com prevalência entre 0,9% e 1,6%. 

 

CASO CLÍNICO

Paciente de 29 anos, deu entrada no pronto socorro por quadro de dispneia e dor torácica ventilatório dependente, com piora ao decúbito dorsal. Referia gestação no mesmo ano, com desenvolvimento de dispneia e disfunção ventricular de etiologia idiopática, além de parto cesariano por pré-eclâmpsia e permanência em unidade de terapia intensiva por 15 dias após o parto. O ecocardiograma transtorácico externo mostrava fração de ejeção (FEVE) 46%, com hipocinesia difusa. Os exames evidenciaram anemia normocítica e normocrômica, com d-dímero 13.528 ug/L (VR < 500 ug/L). A antgiotomografia pulmonar descartou TEP. O ecocardiograma transtorácico realizado na instituição evidenciou FEVE 58% e a valva mitral com cúspide posterior discretamente retraída, presença de hiperfluxo devido a refluxo mitral importante e imagem ecogênica aderida à face atrial, sugestivo de ELS. O Ecocardiograma transesofágico (ECOTE) destacou o aumento importante do átrio esquerdo (volume indexado 54ml/m2. VR ≤ 34 ml/m2) devido ao refluxo mitral importante. A ressonância cardíaca evidenciou dilatação de câmaras esquerdas, com função sistólica biventricular preservada, insuficiência mitral, edema e realce pericárdicos, mas sem fibrose, compatível com pericardite. Nos exames laboratoriais, destacava-se BNP 501 pg/mL (VR ≤ 125 pg/mL); C3 82,6 mg/dL (VR 90-180 mg/dL); CH50 33,42 mg/dL (VR 42 a 95 mg/dL); FAN reagente 1/1280 (VR ≤ 1/80), com padrão nuclear homogêneo; Anti-DNA Positivo. Com o diagnóstico de LES e ELS, o tratamento com corticoterapia e anticoagulação plena com heparina fora prontamente instaurado. Apresentou melhora substancial da dispneia, com alta hospitalar após 15 dias de internamento. 

  

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

A ELS é infrequente, porém com evolução catastrófica pelo aumentado risco de fenômenos embólicos e lesões valvulares, principalmente em valva mitral. O ecocardiograma transtorácico é usualmente o primeiro exame realizado e detecta em torno de 50% das alterações relacionadas à ELS, inferior aos 70% detectado pelo ECOTE, considerado padrão ouro para diagnóstico. A ressonância cardíaca pode sugerir o diagnóstico através da caracterização tecidual dos tipos de massas encontradas no coração, mas requer alta suspeição clínica.

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