Introdução: A prevalência da sarcopenia e fragilidade é comum em idosos, tornando-os vulneráveis, com prejuízo funcional e aumentando a incidência de hospitalizações. Consequências cardiovasculares, como alterações na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) são frequentes, com impacto ainda mais negativo na internação. Objetivos: Avaliar o impacto da sarcopenia e fragilidade na VFC, e a relação dos condicionantes de sarcopenia e fragilidade com a VFC, em idosos hospitalizados. Métodos: Estudo observacional, realizado em enfermaria de um hospital universitário, com idosos ≥60 anos. Levantados dados clínicos, registro da VFC na posição supina, sentada e o delta de variação entre essas posições, índices de Massa Muscular Esquelética Apendicular (IMMEA), Charlson e Barthel, Questionários Internacional de Atividade Física (IPAQ), Mini Avaliação Nutricional reduzida (MANr), força de preensão palmar (FPP) e teste de velocidade da marcha (TVM). Análise por subgrupos: sem sarcopenia (GSS), pré sarcopênico (GPS), sarcopênico (GSC), não frágil (GNF), pré frágil (GPF) e frágil (GFR). Resultados: 40 idosos com idade média 70,28±7,06 anos foram avaliados. Entre os subgrupos de sarcopenia foi encontrada diferença nos deltas de variação entre GSS e GPS para o LF (deltas: 6,95 vs 12,21, p=0,01), HF (deltas: -6,46 vs, -12,38, p=0,01 ), LF/HF (deltas: -0,22, 0,77 , p=0,03) e Alpha 1(deltas: -0,02 vs 0,03, p=0,01 ). Entre os subgrupos de fragilidade, não foi encontrada diferença estatística, havendo pouca variação nos índices de VFC após a mudança postural: LF: GNF (delta: 0,13 ), GPF (delta: 2,16 e GFR (delta: 1,38); HF: GNF (delta:-0,21), GPF (delta: -2,26) e GFR (delta:-1,37). Melhores índices de VFC em idosos sarcopênicos e frágeis foram associados a maior independência (SDNN vs Barthel (rs 0,83, p=0,01)), força muscular periférica ( LF/HF vs FPP (rs 0,67, p=0,04)), índice de massa muscular ( Alpha 1 vs IMMEA (rs 0,82, p=0,04)), nível de atividade física (Alpha 2 vs IPAQ (rs 0,92, p=0,01)), funcionalidade (Alpha 1 vs TVM (rs 0,88, p=0,01)) e aspectos nutricionais (iRR vs MANr (rs 0,79, p=0,01)), por outro lado, piores índices (Alpha 2 e SD2), se associaram a maior mortalidade (Alpha 2 e SD2 vs Charlson (rs -0,59 e -0,56, p=0,01 ep=0,02, respectivamente)). Conclusão: Nesta amostra de idosos hospitalizados, a fragilidade impactou mais negativamente nos índices de VFC do que a sarcopenia, além disso, maior independência, força muscular, nível de atividade física, funcionalidade e aspectos nutricionais estiveram associados à melhores índices de VFC.