INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada por um déficit perfusional tecidual. No Brasil, a IC apresenta uma prevalência de 2 milhões de pacientes, com uma incidência de aproximadamente 240.000 novos casos por ano, sendo uma das principais causas de morbimortalidade, geralmente associada a indicadores individuais, sociais, econômicos e de serviços de saúde. Devido a isso, o presente estudo tem como prioridade o conhecimento da distribuição espacial da IC no Brasil. MÉTODOS: Realizou-se um estudo epidemiológico, transversal, descritivo e quantitativo. Os dados sobre as internações por IC no Brasil no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2023 com relação à região, sexo, idade e raça, foram retirados por meio do Sistema de Informações de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), sendo analisados quanto a frequência absoluta, frequência relativa em porcentagem e taxa de letalidade (TL), para o cálculo da TL foi utilizada a fórmula "número de óbitos por determinada variável x 100 / total de internações por determinada variável". RESULTADOS: No período em questão, o Brasil registrou 1.128.472 internações e um total de 135.235 óbitos por IC. Houve um predomínio de internações na região Sudeste com 42%, seguida da região Sul (23%) e Nordeste (22%), apresentando TL de 13%, 10% e 12%. Além disso, observou-se um domínio de 52% no sexo masculino e 48% no sexo feminino, com semelhante taxa de letalidade (TL) de 12%, já as faixas etárias de maiores incidências hospitalares foram entre 50-69 anos (31%) e maior que 70 anos (62%), com TL de 9% e 15%, porém apesar do baixo índice de hospitalização em menores de 1 ano houve uma TL de 10%. Por fim, foi analisado uma superioridade das internações na raça Branca (38%) e Parda (37%), e posteriormente Preta (5%), Amarela (2%) e Indígena (0,1%). Embora, a raça Preta tenha sido responsável por menores incidências de internações, ela apresentou a maior TL (12%), juntamente com a raça Branca, seguida da raça Parda (11,4%). CONCLUSÃO: O presente estudo demonstra que a região Nordeste, a população Negra e menores de um ano foram responsáveis por elevadas TL, apesar de quantificar uma menor prevalência de internações quando comparada aos outros elementos. Sendo assim, este estudo pode nortear novas ações para um melhor cuidado clínico voltada para essas populações mais vulneráveis.