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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Influência da frequência cardíaca no prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca e fibrilação atrial

Carlos Henrique Del Carlo, Antonio Carlos Pereira-Barretto, Antonio de Padua Mansur, Alfredo Jose Mansur, Mucio Tavares de Oliveira Jr, Sergio Jallad, André Barbosa de Abreu, José Antonio Ramos Neto, Roberto Kalil Filho
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A frequência cardíaca (FC) tem papel importante no prognóstico da insuficiência cardíaca (IC), sendo o seu controle um alvo terapêutico no tratamento da IC. As diretrizes de IC recomendam a FC alvo ≤70 bpm nos pacientes com IC com fração de ejeção reduzida (ICFER) em ritmo sinusal, para otimização do tratamento e melhora do prognóstico. Por outro lado, a fibrilação atrial (FA) é uma arritmia prevalente na IC e associada com pior prognóstico; entretanto, a FC alvo nessa condição clínica, tem sido menos estudada.

Objetivo: analisar a relação da FC nos pacientes com ICFER e FA com relação ao prognóstico.

Métodos: Registro retrospectivo unicêntrico com início em 2017, de pacientes com IC (CID: I50) com até 3 anos de seguimento, com relação aos parâmetros clínicos, ecocardiográficos e prognóstico. Métodos estatísticos: teste U de Mann-Whitney, teste do Qui-quadrado ou Teste Exato de Fischer, análise de regressão pelo método de Cox, análise de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier (p=Log-Rank).

Resultados: Foram inicialmente selecionados 2.106 pacientes com diagnósticos de IC e FA, sendo 719 (34,1%) com ICFER. Destes, foram excluídos 160 pacientes com implante de marcapasso definitivo, CDI ou terapia de ressincronização cardíaca, perfazendo um total de 559 paciente analisados neste estudo. A idade média foi de 65,1 anos, 73,5% do sexo masculino, a FEVE média foi de 30,3 ± 6,7%. Com relação a etiologia: cardiomiopatia dilatada (38,3%), isquêmica (25,9%), hipertensiva (17,2%), valvar (9,8%) e chagásica (7,0%). Com relação as comorbidades: diabetes (22,7%), doença renal crônica (21,3%), infarto prévio (14,5%), AVC (10,2%) e anemia (3,6%). A FC média foi de 72,3 ± 10,0 bpm (mediana: 70,0 interquartil 25% - 75%: 65,0 – 78,0). A mortalidade no seguimento foi de 262 pacientes (46,9%). A mortalidade foi maior nos pacientes com etiologia chagásica e por cardiomiopatia dilatada, pacientes com comorbidades e naqueles com FC média ≥80 bpm (59,3% vs 43,5%, p = 0,002). Na análise de regressão multivariada, foram preditores independentes de morte: etiologia hipertensiva, diabetes mellitus, doença renal crônica, AVC e FC.

Conclusão: a FA é um preditor prognóstico na IC e o controle adequado da FC pode melhorar o prognóstico desta síndrome.

 

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