Relato de Caso: Masculino, 40 anos, tabagista, com diagnóstico de Coarctação da Aorta (CoAo) na infância e correção cirúrgica aos 7 anos de idade. Há 5 anos, iniciou quadro de dispnéia e fadiga aos moderados esforços (NYHA classe II) que evoluiu para dispneia aos esforços menores (NYHA classe III) nos últimos 2 meses. Ao exame físico, apresenta assimetria de pulsos dos membros superiores em relação aos inferiores (reduzidos). Eletrocardiograma de base com ritmo sinusal e sobrecarga de câmaras esquerdas. Radiografia de tórax com cardiomegalia e imagens de entalhe em borda inferior de alguns arcos costais (sinal de Roesler). Ecocardiograma transtorácico com Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo = 40% e hipertrofia concêntrica. Trazia de outra instituição exame de angiorressonância magnética de aorta evidenciando CoAo com acentuada redução do calibre na junção do arco aórtico com a porção descendente, após a origem da artéria subclávia esquerda. Encaminhado a nosso serviço para correção percutânea de CoAo com grave repercussão hemodinâmica. Cateterismo com angiografia evidenciou gradiente sistólico através da CoAo = 55 mmhg, diâmetro da estenose = 3 mm, diâmetro aorta torácica pré-coarctação = 12,3 mm e diâmetro em aorta diafragmática = 18,8 mm, com discreta hipoplasia do arco aortico e dilatação pós estenótica de aorta descendente associadas. Realizado implante de Stent CP Alone Recoberto 45 mm montado em cateter balão Atlas Gold 14x40mm, liberado com 12 atm e pós dilatação com 14 atm. Manometria imediatamente após o procedimento demonstrou ausência de gradiente residual.
Conclusão: O tratamento percutâneo com stent é hoje o método preferencial para correção de CoAo em adultos. Está associado a menores taxas de complicações agudas em comparação à cirurgia. O uso de stents recobertos tem demonstrado menor incidência de complicações como aneurisma de aorta e dissecção vascular. No caso relatado, houve boa evolução após o procedimento, recebendo alta no dia seguinte para seguimento ambulatorial.