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Insuficiência cardíaca com fração de ejeção melhorada em paciente idosa com câncer de pulmão tratada com osimertinibe.

Gabriel Mostaro Fonseca, Aline Moraes, Juliana Correa, Bruna Gustinelli, Andres Larrovere, João Carlos Domiciano, Rômulo Fonseca, Patti Lee, Renata Oliveira, Rodrigo Noronha
Hospital BP - São Paulo - SP - Brasil

O osimertinibe é um agente antineoplásico cujo mecanismo de ação envolve a inibição do receptor de tirosina-quinase. Está indicado para tratamento de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células com teste positivo para mutação do receptor do fator de crescimento endotelial (EGFR). Seus efeitos adversos cardiovasculares mais significativos são prolongamento do intervalo QT e miocardiopatia. Uma paciente de 89 anos com antecedente de hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia foi internada há 2 anos por insuficência cardíaca aguda após exposição a osimertinibe para tratamento de adenocarcinoma de pulmão. Após estabilização clínica, foi submetida a investigação diagnóstica. A cineangiocoronariografia indicou a presença de doença arterial coronária e lesão de artéria descendente anterior calcificada e excêntrica de 80% em terço médio e a ressonância magnética cardíaca evidenciou disfunção sistólica biventricular. O ventrículo esquerdo apresentava acinesia de todos os segmentos da parede inferior e inferolateral e hipocinesia importante das demais paredes (fração de ejeção de ventrículo esquerdo: 22%; fração de ejeção do ventrículo direito: 20%). Não foi submetida a angioplastia coronária e foi mantida em tratamento clínico devido a plaquetopenia associada a osimertinibe durante a internação. Após interrupção do tratamento com osimertinibe e início de terapia para insuficiência cardíaca com sacubitril-valsartana, bisoprolol, dapagliflozina e espironolactona, houve melhora importante dos sintomas (NYHA I). Após dois anos de tratamento medicamentoso otimizado, houve melhora da fração de ejeção de ventrículo esquerdo para 70%. A paciente não apresentou novas descompensações da insuficiência cardíaca após início do tratamento farmacológico e permanece clinicamente estável, em acompanhamento ambulatorial. 

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