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Fístula da Artéria Coronária como causa de angina e dispneia: um relato de caso

Nathássia Rodrigues Guedes, Daniel Ferron Silva, Júlio Cesar Batista Amaral, Gabrielle Batista Moreira, Filipe Rocha da Silva, Andeile de Albuquerque Galhardo, Bruno Mahler Mioto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução

A fístula da artéria coronária (FAC) é definida pela ligação entre uma ou mais artérias coronárias a uma câmara cardíaca ou a um vaso sanguíneo de maior calibre. É considerada uma das alterações anatômicas mais comuns da artéria coronária, apesar de rara na população geral.

Relato de Caso

            Paciente A.N.G., 62 anos, hipertenso e dislipidêmico, com diagnóstico prévio de fístula coronário-pulmonar em territórios de artérias coronárias direita e esquerda, embolizadas com coil em 2012. Permaneceu assintomático após o procedimento, porém, em 2018, iniciou com dispneia aos moderados esforços e angina CCS 2, de forma semelhante ao que sentia anteriormente à embolização das fístulas. Realizada angiotomografia de coronárias em 07/2021, que evidenciou persistência das fístulas entre as artérias coronárias e a porção anterior do tronco pulmonar, alimentadas pela artéria coronária direita e artéria descendente anterior. Submetido à novo CATE que confirmou a persistência das fístulas. Encaminhado para clipagem cirúrgica das fístulas em 10/2021.

Discussão

A incidência real de FAC ainda é desconhecida. Geralmente, as fístulas coronarianas não repercutem clinicamente nas primeiras duas décadas, principalmente, quando têm baixo efeito hemodinâmico. 

Fístulas de maior calibre podem levar a um desvio do fluxo sanguíneo coronariano, com consequente isquemia de células miocárdicas e sobrecarga do local de drenagem. Entre os sintomas, destacam-se a angina e dispneia aos esforços.

Para o diagnóstico da FAC, a tomografia computadorizada com múltiplos detectores e a ressonância magnética são exames esclarecedores, porém, o principal método diagnóstico é a angiografia coronariana, pois garante a visualização detalhada da fístula e seu significado hemodinâmico, além de permitir a programação do tratamento.

As indicações de tratamento das fístulas compreendem sintomas relacionados a isquemia miocárdica, arritmias, disfunção e/ou dilatação ventricular ou em casos de complicações por endocardite. As opções de tratamento disponíveis são a ligadura cirúrgica e o fechamento por cateter, sendo este, considerado, hoje, uma forma segura e eficaz frente a cirurgia. 

Conclusão

             A FAC, embora seja, na maioria dos casos, clinicamente silenciosa, pode levar à morbidade importante em qualquer faixa etária, sendo fundamental que os profissionais médicos saibam reconhecer essa doença e instituir o tratamento adequado.

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