Características dos marcadores hemodinâmicos de Policiais Militares classificados com sobrepeso e obesidade.
Introdução: A taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares e cardíacas em Policiais Militares da cidade de São Paulo é de 2 a 3 vezes maior quando comparado com a população civil paulista. Além disso, o sobrepeso e a obesidade atingem 82% dos policiais da PMESP. O excesso de gordura é um dos principais preditores de hipertensão na população, entretanto ainda não foi observado se há diferença no perfil dos marcadores hemodinâmicos de PM classificados com sobrepeso, obesidade e dentro do peso. Objetivo: Determinar e comparar o comportamento dos marcadores hemodinâmicos de Policiais Militares com diferentes classificações de índice de massa corporal. Metodologia: Participaram do estudo 509 PM, homens com idade 37,6 ± 7,4 anos e massa corporal (kg) 88,6 ± 29,5 que foram submetidos a avaliação do peso e altura para a determinação do índice de massa corporal (IMC), e a avaliação da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e frequência cardíaca de repouso (FCR) com o esfigmomanômetro digital (G-Tech). Os dados coletados foram separados de acordo com a classificação do Índice de Massa Corporal dos voluntários, à saber: a) dentro do peso [n=102 (18- 24,9 kg/m²)]; b) sobrepeso [n=273 (25- 29,9 kg/m²)]; c) Obesidade [n=134 (acima de 30 kg/m²)]. A distribuição dos dados foi analisada pelo teste de D'Agostino & Pearson. As médias das variáveis foram comparadas por ANOVA one-way, estabelecendo um nível de significância de 95% (p<0,05). Resultados: O grupo com obesidade apresentou maiores valores de PAS (mmHg) (133,4 ± 15,5), PAD (85,8 ± 10,5) e FCR (79,6 ± 13,4) quando comparado ao grupo dentro do peso que apresentou PAS (mmHg) (127,2 ± 14,7), PAD (79,2 ± 10,1) e FCR (72,5 ± 11,7), p<0,05. O Grupo sobrepeso apresentou maior valores de PAS (131,7 ± 13,4), PAD (82,5 ± 10,1) quando comparado ao grupo dentro do peso, (p<0,05), mas não na FCR (p>0,05). Conclusão: Policiais Militares com sobrepeso e obesidade apresentam piores indicadores hemodinâmicos quando comparado ao grupo dentro do peso. Este estudo reforça a necessidade de medidas de intervenção para o controle e tratamento do excesso de gordura corporal e a hipertensão arterial.
