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Teste ergométrico em paciente com evolução para síndrome coronariana aguda: precisamos valorizar os critérios de gravidade

Rafael Rosa Marques Gomes melo , Marcelo Nishiyama, Roberta de Melo Coutinho Muniz Oliveira, Antonio Rafael de Holanda Cavalcante, Anna Danielle Rodrigues Gandarella, Fernando Augusto Alves da Costa, Carlos Funes Prada Filho, Felipe Pacheco de Carvalho, Alexandre Avelar Tavares
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) é uma patologia complexa. Pode manifestar-se de forma variável, desde longos períodos de estabilidade até episódios agudos de instabilidade. Essa instabilidade é frequentemente precipitada por eventos aterotrombóticos, resultantes da ruptura ou erosão de placas. A angina, principal sintoma, é classificada em estável e instável, com a última não apresentando marcadores de necrose miocárdica, mas destacando-se por sintomas prolongados ou por um aumento na intensidade ou frequência dos episódios anginosos. O teste ergométrico (TE) é um recurso diagnóstico valioso para a estratificação de risco, avaliação prognóstica e monitoramento da eficácia terapêutica em pacientes com DAC estável.

Relato de Caso: paciente do sexo masculino, 47 anos, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e obesidade, procurou atendimento de emergência por dor torácica de características típicas, exacerbada por esforços. Foi indicada a realização de teste ergométrico (TE) de forma eletiva. Durante a primeira etapa do protocolo de Bruce, desenvolveu dor torácica progressiva e limitante, levando à interrupção prematura do teste. A dor cessou após 7 minutos de recuperação. A análise do eletrocardiograma durante a fase de recuperação revelou infradesnivelamento do segmento ST de V3 a V5, com morfologia horizontal tendendo a descendente, atingindo 1,0 mm em sua magnitude máxima. Os dados caracterizaram o caso como de alto risco. Paciente foi encaminhado para o serviço de emergência. Na avaliação pelo médico de plantão, foi classificado como portador de angina estável, recebendo alta hospitalar com encaminhamento para acompanhamento ambulatorial pela cardiologia. Cerca de 5 horas após alta da emergência, retornou ao serviço com dor torácica de forte intensidade, acompanhada de alterações eletrocardiográficas sugestivas de isquemia aguda, incluindo ondas T hiperagudas em V2 e V3, além de infradesnivelamento do segmento ST em DII, DIII e aVF. Diante da refratariedade ao tratamento com nitratos administrados por via oral, procedeu-se à realização de cateterismo cardíaco, que evidenciou oclusão proximal da artéria descendente anterior, sendo realizada angioplastia transluminal coronariana com implante de stent farmacológico. O paciente apresentou evolução clínica e eletrocardiográfica favorável, sem evidências de disfunção ventricular ao ecocardiograma subsequente.

 

 

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