O serviço policial militar possui elevada exigência física e emocional. Para atenderem as demandas operacionais criaram-se estratégias que exigem que o serviço policial-militar seja dividido em turnos. Os policiais militares do sexo feminino, cada vez mais, têm sido utilizados pelas forças policiais para atuarem nesses turnos. Diversos estudos analisaram os efeitos negativos, estressores físicos e emocionais, além da piora de marcadores hemodinâmicos e o aumento dos riscos cardiovasculares devido ao trabalho por turnos de serviço, de privação de sono e sobrecarga de horário. Entender o comportamento dos marcadores hemodinâmicos em trabalhadores de diferentes turnos tem fundamental importância para criar estratégias de intervenção para essa população. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi comparar a pressão arterial e frequência cardíaca de policiais militares do sexo feminino em diferentes turnos de serviço. Participaram deste estudo 234 policiais militares do sexo feminino, pertencentes ao efetivo da Polícia Militar de São Paulo. Do período diurno (PD, n=159), apresentando médias de idade de 36,2 ± 9,2 anos, peso de 82,1 ± 32,3 Kg e IMC de 26,0 ± 3,7 Kg/m2. Do período noturno (PN, n=75) com média de idade de 32,5 ± 8,5 anos, peso 79,0 ± 28,7 Kg e IMC de 26,4 ± 4,7 Kg/m2. Todos os voluntários foram submetidos à análise da composição corporal por impedância bioelétrica, medida de Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Frequência Cardíaca de Repouso (FCR) por esfigmomanômetro digital, marca g-tech®, no início do serviço. Os dados foram testados por meio do teste t não pareado ou teste de Mann-Whitney, a depender da normalidade dos dados e demonstraram que não houve diferença nos valores médios na composição corporal de percentual de gordura (33,2 ± 6,3 vs 34,1 ± 7,2 %; p<0,05), de massa muscular (25,4 ± 4,2 vs 26,1 ± 5,6 Kg; p<0,05), de PAS (124,1 ± 16,1 vs 124,5 ± 16,0 bpm; p>0,05) e PAD (79,4 ± 12,7 vs 78,3± 14,5 bpm; p>0,05) no PD comparado ao PN. Entretanto, o grupo PN apresentou maior FCR em comparação ao grupo PD (85,0 ± 14,9 vs 79,9 ± 12,6 bpm; p<0,01). Conclui-se que não há diferença nos indicadores hemodinâmicos de PAS e PAD de repouso entre os diferentes turnos, mas que a FCR esta aumentada em policiais do sexo feminino atuantes no período noturno. Esse estudo está em andamento e os dados obtidos serão separados por faixas etárias nos diferentes turnos para eliminar as influências de idade sobre os resultados.
Palavra-chave: Frequência Cardíaca; Polícia Militar; Perfil Hemodinâmico