Introdução: A cardiomegalia é uma condição, na qual o coração assume um tamanho maior e desproporcional diante de um estímulo estressor. Nesse contexto, para aumentar a performance cardíaca ocorre hipertrofia dos cardiomiócitos. No entanto, esse mecanismo torna-se patológico quando o crescimento celular excede a angiogênese, deprimindo assim a função contrátil. O aumento cardíaco pode ser transitório, como em atletas e gestantes, ou secundário a condições sustentadas, como hipertensão arterial, etilismo, doenças infecciosas e mutações genéticas. Apesar de frequentemente ser assintomática, a cardiomegalia é um fator de risco importante para arritmias, insuficiência cardíaca, eventos tromboembólicos e morte súbita. Objetivo: Analisar a mortalidade por cardiomegalia no município de São Paulo entre 2013 e 2023. Métodos: Este estudo é uma análise epidemiológica, descritiva e transversal. Os dados expostos foram obtidos através do banco informativo de saúde DATASUS (TABNET) entre os anos de 2013 e 2023, do município de São Paulo. A análise utiliza as variáveis: cor, sexo e faixa etária. Resultados: Em 10 anos, foram registrados 2244 óbitos por cardiomegalia no município de São Paulo. Nesse período, a taxa de mortalidade teve um aumento progressivo de 248%, e 2023 foi o ano de maior incidência (374). Quanto à cor, brancos representaram o maior número de padecedores (60%), seguidos por pardos (27,6%), pretos (11%) e amarelos (1,2%). Quanto ao sexo prevalente, mais da metade dos afetados eram homens (65,86%). Por último, foram registradas mortes em todas as faixas etárias, desde indivíduos menores de 1 ano (8) até maiores de 75 anos (529). Sendo que, 2% eram crianças de até 14 anos, 4% adolescentes e jovens adultos, 53% adultos até 64 anos e 42% idosos acima de 65 anos. Conclusões: Segundo a análise dos resultados, a taxa de mortalidade por cardiomegalia no município de São Paulo aumentou progressivamente na última década. A incidência de óbitos foi maior em indivíduos brancos (60%), do sexo masculino (66%) e com mais de 35 anos (95%). Por fim, a ampliação de prognósticos fatais pode estar relacionada ao crescimento da prevalência dos fatores de risco. Ademais, é provável que os resultados sejam subnotificados, pois os óbitos de indivíduos que tiveram cardiomegalia, mas faleceram pelas patologias decorrentes dessa condição, podem não estar registrados nos dados obtidos neste estudo.