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Aneurisma em tronco coronariano secundário a Doença de Kawasaki e síndrome coronariana aguda: relato de caso

Santos GLN, Custodio MS, Peloso JCS, Lima IAM, Silva PHS, Faria FM, Santos GRF, Silva CMC
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite primária sistêmica, de apresentação aguda autolimitada. O diagnóstico tardio desta doença pode levar a complicações graves como aneurisma coronariano, que possuem baixa incidência na população geral que é submetida a cineangiocoronariografia (0,3 a 5%) e o aneurisma localizado no tronco de coronária esquerda (TCE) é extremamente raro, com incidência de 0,1%.
Relato de caso: Paciente sexo feminino, diagnosticada aos 4 anos com doença de kawasaki. Durante acompanhamento clínico foi realizado Ecocardiograma evidenciando complicação da DK com dilatação aneurismática de coronária esquerda variando de 4,3 a 11mm. Instituído terapêutica com uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e varfarina. Aos 16 anos, após a suspensão de varfarina por conta própria, apresentou Síndrome Coronariana Aguda (SCA) com supradesnivelamento de segmento ST na parede anterior. Cineangiocoronariografia evidenciando TCE aneurismático, artéria descendente anterior com aneurisma importante e ocluída proximal por imagem sugestiva de trombo, artéria circunflexa com estenose de 60-70% em terço médio e artéria coronária direita ectasiada e ocluída em terço médio e presença de circulação colateral. Evoluiu com disfunção ventricular pós-SCA. Definido por tratamento clínico e retorno de anticoagulação.

 

 

Conclusão: Anormalidades coronarianas após DK possui prevalência de 25% dos casos não tratados e 4% dos tratados precocemente. A inflamação vascular que afeta com predileção as artérias coronárias, pode levar a aneurismas, trombose e estenose, evoluindo para infarto ou morte súbita. Os aneurismas que persistem após anos da DK aumentam o risco de aterosclerose precoce e de doença isquêmica. A SCA é a principal causa de mortalidade e ocorre com maior frequência nos aneurismas gigantes. O estudo ecocardiográfico é o exame de escolha para acompanhamento destas anormalidades, porém a angiografia intracoronariana é o melhor exame para diagnóstico, visto que informa tamanho e localização. O tratamento ainda é controverso na literatura, mas a anticoagulação está indicada em casos de aneurismas gigantes (definidos por tamanho superior a 8mm).

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