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Caracterização da farmacoterapia prescrita na alta hospitalar de pacientes incluídos em um Protocolo de Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção reduzida em um hospital privado de São Paulo

Patrícia Carvalho Baruel Okumura, Ana Luiza Pelissari Pessanha de Paula Soares, Bruna Diniz de Lima, Laura Lopes Nogueira Pinto, Fabíola Mika Tanabe
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa que está associada a elevada taxa de admissões hospitalares por intercorrências relacionadas à doença. Muitas evidências comprovam os benefícios da utilização de terapia otimizada com beta-bloqueador (BB), inibidor de neprilisina e do receptor de angiotensina (INRA), inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) e de bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) na redução de episódios de descompensação da doença, redução de internações e mortalidade. No entanto, alguns pacientes podem apresentar contra indicação ou não tolerar as classes recomendadas. Este trabalho teve como objetivo descrever a farmacoterapia prescrita na alta hospitalar para pacientes de um protocolo institucional de um hospital privado de alta complexidade da cidade de São Paulo. Métodos: Trata-se de um estudo transversal retrospectivo e descritivo no qual foram analisadas as prescrições de alta hospitalar de pacientes acompanhados pelo Protocolo de IC no período de 2019 a 2023. Os dados epidemiológicos, clínicos e de medicamentos foram coletados através do prontuário eletrônico e tabulados em planilhas do Excel. Resultados: Foram avaliadas 1077 internações de 522 pacientes. Destes, 361 (69,2%) eram do sexo masculino e a média de idade foi 76 anos (considerando a idade no momento da alta da primeira internação no período). Das internações analisadas, 807 (74,9%) possuíam prescrição de alta disponível, enquanto 270 (25,1%) foram excluídas devido à ausência da prescrição no sistema. Nas prescrições de alta analisadas 79% tinham algum BB, 19,3% IECA, 16,5% BRA e 14,1% INRA. Entre os 358 (44%) pacientes que receberam monoterapia, 198 (55%) apresentaram contraindicação para três classes de medicamentos, enquanto 89 (25%) não apresentaram contraindicação. Por fim, 107 (13,3%) pacientes não tinham nenhuma das classes farmacológicas analisadas na prescrição de alta, sendo que 45 (41%) destes tinham contraindicação para as quatro classes e 43 (40%) não possuíam contraindicação registrada no prontuário. Conclusões: Muitos pacientes receberam alta sem a combinação de pelo menos duas das classes farmacológicas recomendadas, e grande parte deles apresentava contraindicação para uma ou mais classes. Ressalta-se que pacientes sem prescrição dos medicamentos analisados no prontuário eletrônico podem ter recebido prescrições por outras vias, impossibilitando o acesso a essa informação.

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