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Sindrome de Heyde em Membrana Subaórtica: Um relato de caso.

Catharina Turolla , Gregory Michel Bech , Gabriela Teixeira Ramos , Victor Quintella de Aragão Porto , Vanessa Alves de Oliveira, Rita Iglezias, Fábio Akio Nishijuka , Thaíssa Santos Monteiro
INC - Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

INTRODUÇÃO

Síndrome de Heyde, descrita inicialmente em 1958, consiste na associação entre a estenose aórtica (EAo) com a ocorrência de sangramento no trato gastrointestinal (TGI) pela presença de angiodisplasias na mucosa do mesmo. Tal associação, representa 21% dos sangramentos relacionados à Eao e explica-se pela proteólise do fator de Von Willebrand consequente às forças de cisalhamento oriundas da estenose valvar e seu turbilhonamento, bem como alterações da onda de pulso arterial nos vasos mesentéricos, corroborando para a fragilidade de mucosa e propensão a sangramentos. Nesse contexto, o tratamento definitivo da angiodisplasia é a correção da estenose valvar, enquanto intervenções hemostáticas para o sangramento no TGI parecem ser apenas paliativas.

RELATO DE CASO

Homem de 61 anos, passado de cirurgia de ressecção de membrana subaórtica (MSAo) em 1996, evoluiu com dispneia progressiva aos pequenos esforços desde dezembro de 2023. Possui ecocardiograma evidenciando recidiva de MSAo com gradiente máximo de 98 mmHg, valva aórtica tricúspide com área valvar estimada em 1,4 cm² e com regurgitação moderada a grave. Refere que no período interconsulta apresentou internação por anemia grave e fezes características de melena, com necessidade de hemotransfusão, recebendo alta sem elucidação diagnóstica. Interna, então, em março de 2024, para realização de cirurgia para recidiva da MSAo, porém, com persistência de melena e anemia grave. Durante investigação pré-operatória, endoscopia digestiva alta (EDA) evidenciou angiectasias e lesão ulcerada com coágulo aderido em antro gástrico, sem sangramento ativo, tratado com hemostasia das lesões durante o exame. Colonoscopia identificou apenas doença diverticular não complicada. Devido aos achados, levantou-se a hipótese de síndrome de Heyde.

CONCLUSÃO:

A associação de angiodisplasia com EAo causando a síndrome de Heyde é descrita amplamente na literatura, porém o relato de MSAo a essa síndrome já é mais escasso, atualmente com raros relatos. Levando em consideração o mecanismo fisiopatológico relacionado, não é uma surpresa que a síndrome em questão também possa ser associada à MSAo. O diagnóstico e manejo do sangramento em atividade no pré-operatório da cirurgia cardíaca se mostra um desafio necessário, enquanto o tratamento cirúrgico de correção da MSAo parece ser o tratamento definitivo para a síndrome e os eventos hemorrágicos.

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