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Detecção precoce da disfunção autonômica cardíaca a partir da manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória de pacientes com Cardiomiopatia Chagásica em estágio B1

Carla Regina Farias André, Diogo Van Bavel, Jade Cristina Bahia Travassos, Eliete Ferreira Pinto, Carla Caroline Ferreira da Silva, Roberto Coury Pedrosa, Michel Silva Reis
UFRJ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Introdução: A manobra para acentuar a arritmia sinusal respiratória (M-ASR) se revela uma ferramenta útil para avaliar a modulação autonômica de indivíduos com Insuficiência Cardíaca Crônica. No entanto, não há evidências da aplicação da M-ASR em cardiomiopatia chagásica crônica (CCC), sobretudo nos estágios iniciais da doença, visto que o Tripanosoma cruzi  desencadeia um processo inflamatório gerando lesões nas terminações nervosas cardíacas desses pacientes acometidos pela Doença de Chagas. Nesse contexto, uma vez observada a validade da aplicação da M-ASR na CCC em estágio B1, estratégias terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas poderiam ser estabelecida para mitigar a progressão da doença. Objetivo: Avaliar a modulação autonômica da frequência cardíaca em repouso e durante a manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória de pacientes com CCC no estágio B1. Métodos: Foram avaliados 36 indivíduos, divididos no grupo com CCC (GCCC) compostos por 18 pacientes e no grupo controle (GCON) formados por 18 indivíduos saudáveis. A frequência cardíaca e os intervalos R-R (iRR)  foram coletados batimento a batimento por meio do sistema de eletrocardiografia digital Wincardio USB, em supino por 10 minutos e durante a M-ASR (com ciclos respiratórios de 6 incursões por minutos com relação inspiração/expiração 1:1) durante 6 minutos. Os dados foram analisados pelos indicies da variabilidade da frequência cardíaca (SDNN, SD1, SD2 e iRR em ms) e pelos índices da M-ASR: razão expiração/inspiração e delta inspiração/expiração. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição.  Resultados: foram observados maiores valores para FC média (p=0,005), iRR (p=0,007) e piores ajustes autonômicos relativos à SD2/SD1 (p=0,001) em relação GCON quando comparado ao GCCC na posição supina. Porém, durante M-ASR observamos diferença significativamente menores no delta inspiração/expiração e na razão expiração/inspiração (p=0.007) para o GCCC quando comprado ao GCON. Conclusão: Os pacientes com CCC apresentaram uma condição cardiovascular e controle da FC melhor em relação ao grupo de indivíduos saudáveis na condição de repouso. No entanto, quando submetidos a M-ASR, os resultados apontaram para uma redução do balanço vagal no controle autonômico dos indivíduos CCC. Isso sugere a possibilidade da detecção precoce da disfunção autonômica cardíaca em pacientes com CCC nos estágios mais leves da Doença de Chagas.

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