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Impacto Clínico da Diferença Entre os Sexos e Local de Realização de Procedimento no Implante Transcateter de Válvula Aórtica: dados do Registro RIBAC-NT

Lis Victória Ravani, Pedro Calomeni, Fernando Bernardi, Fábio Sândoli de Brito Jr., Rogerio Sarmento, Pedro Lemos, Dimytri Siqueira, José Armando Mangione, Alexandre Abizaid, Henrique Ribeiro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL, INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: Implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) é o tratamento de escolha para pacientes com estenose aórtica acima de 70 anos de idade com anatomia favorável. No entanto, o impacto das diferenças de entre os sexos e local de realização do procedimento (público versus privado) nos desfechos de TAVI no Brasil permanecem ainda indefinidos.

MÉTODOS: O banco de dados RIBAC-NT (Registro de Implante de Bioprotese Aórtica por Cateter) incluiu 3,194 pacientes submetidos a TAVI de 2009 a 2021. Esta análise retrospectiva explorou as características basais, de procedimento e dos desfechos intra-hospitalares, estratificando os pacientes por sexo e local da realização do procedimento. Tendências temporais também foram avaliadas. 

RESULTADOS: Foram incluídos 1551 (49%) mulheres e 1.643 (51%) homens. As mulheres eram mais velhas (83 [78-87] vs. 81 [75-85] anos; p<0,01), porém apresentavam menor prevalência de diabetes mellitus (30,2% vs. 36,3%, p<0,01) e doença arterial coronariana (39,0% vs. 52,2%, p<0,01). Com respeito às complicações periprocedimento, as mulheres apresentaram risco 3 vezes maior de sangramento com risco de vida (6,1% vs. 2,4%, p<0,01), bem como maiores taxas de mortalidade de procedimento e intra-hospitalar (4,4% vs. 2,5% e 7,7% vs. 4,5%, respectivamente; p<0,01). A maioria dos procedimentos foi realizada em hospitais privados (66,2%), sendo que pacientes de hospitais públicos apresentaram mais taxas de complicações vasculares maiores (7,2% vs. 3,3%), implante de marcapasso (12,3% vs. 8,9%), mortalidade do procedimento (5,0% vs. 2,7%) e intra-hospitalar (7,5% vs. 5,3%; todos com p<0,01) em relação aos hospitais privados. Ao longo do tempo, as taxas de mortalidade intra-hospitalar diminuíram tanto em hospitais públicos quanto privados, principalmente no grupo de mulheres (p<0,01).

CONCLUSÕES: Mulheres apresentaram maiores taxas de mortalidade de procedimento e intra-hospitalares após TAVI em comparação aos homens, assim como taxas mais altas de sangramento com risco de vida e eventos adversos. Hospitais públicos foram associados a maiores taxas de mortalidade do que centros privados. Nos últimos anos, as mulheres experimentaram reduções mais significativas nas taxas de mortalidade, tanto em hospitais públicos quanto privados.

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