Introdução: A utilidade diagnóstica do bloqueio de ramo esquerdo (BRE) novo ou presumivelmente novo para infarto agudo do miocárdio (IAM) em síndromes coronarianas agudas (SCA) permanece controversa.
Objetivos: Avaliar a acurácia diagnóstica do BRE novo ou presumivelmente novo e critérios de ECG para IAM usando biomarcadores cardíacos elevados ou evidência angiográfica de oclusão coronariana aguda (OCA). Também objetivamos avaliar a incidência e mortalidade hospitalar do BRE em contextos de SCA.
Métodos: Pesquisamos no PubMed e Scopus por estudos envolvendo pacientes com SCA com BRE até dezembro de 2023. Sensibilidade, especificidade, razões de verossimilhança positivas e negativas (RV+ e RV-), e razões de chances diagnósticas (RCD) foram calculadas para análise de acurácia diagnóstica usando o MetaDTA. Incidência e mortalidade foram analisadas usando OnlineMeta. O risco de viés foi avaliado com as escalas Newcastle-Ottawa e QUADAS-2.
Resultados: Cinquenta e um estudos foram analisados. O BRE é prevalente em 3,3% e está associado a um risco maior de mortalidade. No entanto, discernir um BRE novo ou velho não influencia substancialmente a probabilidade de IAM, com RV e RCD não significativas. O Critério de Sgarbossa Modificado demonstrou uma sensibilidade de 83,6% (IC 95%: 0,554 a 0,955) e especificidade de 92,6% (IC 95%: 0,789 a 0,977) para OCA e confiança diagnóstica aprimorada com RV+ de 11,337 (IC 95%: 3,672 a 34,999) e RV- de 0,177 (IC 95%: 0,054 a 0,575), respectivamente.
Conclusão: Nossos achados corroboram a posição das diretrizes atuais que não mais consideram o BRE como um marcador isolado para IAM, independentemente de sua cronologia. Em vez disso, utilizar critérios de ECG, como o Critério de Sgarbossa Modificado, oferece uma abordagem diagnóstica mais confiável.