Introdução: A progressão da aterosclerose promove diversas alterações no sistema cardiovascular. Adicionalmente, sabe-se que o treinamento físico é uma eficiente estratégia de manejo do risco cardiovascular em populações expostas. Neste sentido, o objetivo do estudo foi avaliar os efeitos do processo de envelhecimento em parâmetros hemodinâmicos, autonômicos, no estresse oxidativo e colágeno cardíaco em camundongos fêmeas ApoE-KO (modelo experimental de aterosclerose), bem como, o papel do treinamento físico neste contexto. Métodos: Para isso, 30 camundongos fêmeas ApoE-KO foram divididas igualitariamente em três grupos experimentais (n=10 cada): grupo jovem com 6 meses de vida (J); grupo meia idade, com 15 mês de vida (MA); e grupo meia idade treinadas (MAT) com 15 mês de vida, treinadas nas últimas 6 semanas de protocolo. O treinamento físico foi realizado 5 dias por semana, com duração de 1 hora por dia e intensidade entre 60-80% da capacidade máxima de corrida. Ao final do protocolo, foi realizado registro direto da pressão arterial (Windaq) após a realização do procedimento de canulação. Em seguida, a modulação autonômica cardíaca e a sensibilidade barorreflexa foram analisadas (CardioSeries). Os corações foram preparados para análises de estresse oxidativo ou quantificação de colágeno. Os grupos foram comparados por Anova One-way. Resultados: O grupo meia idade apresentou aumento de valores hemodinâmicos (frequência cardíaca, p=0.04; pressão arterial média, p=<0,01), menor variabilidade da frequência cardíaca (variância do intervalo de pulso, p=0,01) e sensibilidade barorreflexa (índice de eficiência barorreflexa, p=0,02), redução de defesa antioxidante cardíaca (superóxido dismutase, p=0,04) em relação ao grupo jovem, e o treinamento conseguiu atenuar o aumento de todos estes parâmetros. Adicionalmente, os grupos meia idade apresentaram maior quantidade de colágeno cardíaco (p=0,01) em relação ao grupo jovem. Conclusões: O envelhecimento promove sobrecarga hemodinâmica, disautonomia, redução de defesa antioxidante cardíaca e maior quantidade de colágeno em modelo experimental de aterosclerose. O treinamento físico é eficiente em mitigar as alterações promovidas pelo envelhecimento, com exceção da maior quantidade colágeno cardíaco.