Introdução
A principal causa de morte no mundo são as doenças cardiovasculares, sendo o Infarto Agudo do Miocárdio a mais prevalente. Estudos clínicos e experimentais demonstraram melhora da função cardíaca em pacientes e animais infartados, quando tratados com empagliflozina, bem como melhora nos desfechos em pacientes com insuficiência cardíaca.
Hipótese
O tratamento com diferentes doses de empagliflozina (3 e 10 mg/kg) promove diferentes respostas na função cardíaca avaliada pela ecocardiografia e na deposição de colágeno no tecido miocárdico.
Métodos
Ratos Wistar machos foram divididos em 4 grupos: controle (n=8), infartado (n=8), infartado e tratado com empagliflozina 3 mg/kg (n=8) e infartado e tratado com empagliflozina 10 mg/kg. Os animais dos grupos infartados foram submetidos à oclusão da artéria coronária esquerda. Os animais dos grupos tratados receberam diariamente 3 ou 10 mg/kg de empagliflozina, respectivamente, durante 14 dias, via gavagem oral. Os animais foram submetidos à avaliação ecocardiográfica, seguida de eutanásia e coleta dos tecidos. O tecido cardíaco foi preparado e corado com picrosirius red e foi calculada a área de tecido ocupada por colágeno. Os dados foram comparados pelo teste Anova de 1 via. Os resultados são apresentados como média e desvio padrão.
Resultados
Foi observada melhora da função diastólica pela relação E'/A' no grupo IAM+EMPA10 (1,654±0,3) em relação ao Ctrl (0,98 ± 0,5), IAM (0,58±0,1) e IAM+EMPA3 (1,02±0,4). Em relação à função sistólica, foi observada redução da fração de ejeção do VE no grupo IAM (30,14±9,7%) e no grupo IAM+EMPA3 (33,68±13,2) em relação ao Ctrl (77,09±8,1%), porém, o tratamento com dose de 10 mg/kg melhora a fração de ejeção (50,69±14,5%) em relação ao IAM e IAM+EMPA3. O mesmo comportamento foi observado em relação à FAC (Ctrl: 61,18±5,7; IAM: 23,94±5,7%; IAM+EMPA3: 27,39±7,2%; IAM+EMPA10: 38,46±7,1%). A área total do ventrículo esquerdo avaliada pela histologia não apresentou diferença entre os grupos estudados. Entretanto, a área total ocupada por colágeno no VE foi aumentada nos grupos IAM (81,30±16,2 mm2) e IAM+EMPA3 (86,64±15,3 mm2) em relação ao Ctrl (62,89±16,2 mm2), o que não foi observado no IAM+EMPA10 (77,68± 8,5mm2).
Conclusão
O tratamento com empagliflozina em ratos infartados foi capaz de melhorar a função diastólica e sistólica do ventrículo esquerdo, associada à redução da área ocupada por colágeno no ventrículo esquerdo.