SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Espasmo coronariano em paciente submetida ao 5-FU: relato de caso e conduta

Gabriella de A. M. Gomes S., Franciely Bueno Wiginesk, Lacy Coelho Barbosa Punsky, Mario J. Battistella Jr., Enzo Pellizzaro, Lucas Testoni, Fabrizio M. A., Pedro Henrique T. M., Eduardo R. Cipriani, João P. P. Carneiro
UNINTA - Centro Universitário Inta - Sobral - CE - Brasil, Universidade Regional de Blumenau - FURB - Blumenau - SC - Brasil

INTRODUÇÃO: Distúrbios cardiovasculares surgem como principais fatores de morbi-mortalidade em pacientes oncológicos. O vasoespasmo coronariano é frequentemente relatado, podendo anteceder episódios de isquemia miocárdica ou infarto do miocárdio. Nesse contexto, existem quimioterapias (QT) conhecidas por sua cardiotoxicidade (CTx), destacando-se o 5-fluorouracil (5-FU) e seu pró-fármaco oral, a capecitabina, utilizados na terapêutica de carcinomas como trato gastrointestinal e mamário. A incidência de CTx associada ao 5-FU é de 0,6% a 19% dos pacientes. Alterações nas ondas ST-T são observadas em 65% dos casos e enzimas cardíacas elevadas apenas em 7%. A CTx sintomática é motivo de maior vigilância clínica e de tratamento individualizado, sendo o acompanhamento do cardio-oncologista fundamental.RELATO DE CASO: Paciente sexo feminino, 56 anos, hipertensa prévia, com diagnóstico de adenocarcinoma gástrico em setembro de 2023. Na abordagem inicial, foi prescrita QT, sob esquema FLOT, sendo o 5-FU uma das medicações utilizadas. No primeiro dia de infusão apresenta dor torácica típica, sendo encaminhada ao pronto-socorro. Na admissão o eletrocardiograma (ECG) apresentava infarto agudo do miocárdio com supra de ST da parede anterior e cateterismo cardíaco sem obstruções coronarianas. Após estabilização, houve a suspensão do 5-FU e direcionada a avaliação da cardio-oncologia. Durante seguimento, ECG: taquicardia sinusal e ecocardiograma transtorácico: fração de ejeção de 74% e disfunção diastólica tipo I. Para o manejo inicial do vasoespasmo, foi optada pela introdução de Anlodipino. Paciente segue em acompanhamento multidisciplinar, assintomática. DISCUSSÃO:A CTx por fluoropirimidinas, embora não tão clara, é atribuída a mecanismos como vasoconstrição, toxicidade miocárdica direta, disfunção endotelial e estado pró coagulante. Os fatores de risco são: idade avançada, hipertensão e dislipidemia. Assim, destaca-se a importância da cessação temporária ou definitiva do regime quimioterápico e da realização de terapia sintomática com agentes antianginosos diante da manifestação de CTx aguda. Ademais, pondera-se o risco associado à recorrência de sintomas cardíacos na eventual readministração de 5-FU. CONCLUSÃO: A CTx demanda vigilância, por seu papel imprevisível e potencialmente grave. Uma estratificação de risco para doença arterial coronariana nesses pacientes pode ser necessária, sendo o seguimento multidisciplinar, entre cardio-oncologistas e oncologistas, essencial.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

44º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

30 de Maio a 01 de Junho de 2024