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FATORES ASSOCIADOS AO CONTROLE INADEQUADO DE PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS VIA TELEINTERCONSULTAS: ESTUDO TRANSVERSAL.

Ana Christina Vellozo Caluza, Fernando Moreira Gonçalves, Tatiane Aparecida Fernades Lima, Sheilla de Oliveira Faria , Fabiane Raquel Motter, Stephan Sperling, Sabrina Dalbosco Gadenz
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: O controle inadequado da pressão arterial (PA) em pacientes com Hipertensão Arterial (HA) está associado a complicações cardiovasculares que impactam a qualidade de vida e os custos relacionados à saúde. Estima-se que dois terços dos hipertensos acompanhados na atenção primária de saúde (APS) não possuem PA controlada. Identificar os fatores que influenciam o controle inadequado da PA em pacientes atendidos em teleinterconsultas (TI), realizadas entre o cardiologista e a equipe da APS, pode contribuir para elaboração de estratégias que melhorem o controle desta condição em áreas onde o acesso aos serviços especializados ainda é limitado.

OBJETIVO: Investigar fatores associados ao controle inadequado da pressão arterial em pacientes atendidos via teleinterconsultas, na APS de municípios da região Nordeste do Brasil.

MÉTODOS: Estudo transversal com pacientes atendidos em TI na linha de cuidado da HAS entre julho de 2022 e janeiro de 2024. Considerou-se controle inadequado de PA, valores acima dos limites recomendados segundo a estratificação de risco cardiovascular calculada. Realizou-se uma análise descritiva dos dados sociodemográficos e clínicos dos pacientes. Utilizou-se regressão logística multivariada para verificar associação dos dados investigados com o desfecho (significância de 5%).

RESULTADOS: Dos 163 pacientes, a maioria era do sexo feminino (64,2%) e possuía idade inferior a 70 anos (75,9%). No momento da TI, 74,0% dos pacientes tinham PA inadequada, com média de 163,9 (±24,7) mmHg para PA sistólica e 95,0 (±14,6) mmHg para PA diastólica. Após ajuste, menor idade (p= 0,019), ausência de acidente vascular encefálico prévio (p= 0,004), não adesão ao tratamento farmacológico (p= 0,038) e risco cardiovascular global alto (≥20%) (p= 0,001) associaram-se ao controle inadequado de PA.

CONCLUSÃO:Sabemos que o controle pressórico deve ser analisado por uma abordagem sob múltiplas perspectivas, no entanto toda tentativa de trazer melhorias para uma condição de alta dominância e baixo domínio é valiosa. Menor idade, ausência de histórico de acidente vascular encefálico, não adesão ao tratamento farmacológico e um alto risco cardiovascular estiveram associados ao controle inadequado da PA. Estes resultados ressaltam a importância da TI como uma oportunidade para desenvolver estratégias de ações integrais que visem melhorar a adesão ao tratamento seja medicamentoso quanto mudança do estilo de vida e fornecer educação aos pacientes quanto ao risco cardiovascular. 

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