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Cardiomiopatia Hipertrófica no Esporte Profissional: Relato de Caso

Leonardo Galvão de Oliveira Oldra, Gabriele Sevilhano Milanesi, Patricia Alves de Oliveira, Roberto Kalil Filho, Francis Ribeiro de Souza, Maria Janieire N. N. Alves
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Resumo: Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) consiste no espessamento das paredes do ventrículo esquerdo, devido principalmente a mutações genéticas no miocárdio, causando disfunção diastólica e prejuízo no volume sistólico. Comumente associado a risco de morte súbita em jovens adultos e atletas de alta performance, devido a súbita perda da função cardíaca. Pode ocorrer devido a adaptações cardíacas pela alta demanda do coração do esportista, como também por má formação congênita, assim, a definição da causa da CMH é essencial para orientar o tratamento correto em atletas, sem prejudicar sua carreira. A variação da hipertrofia do septo ventricular é indicativo da etiologia da doença, tendo maior potencial de recessão no coração do atleta. 

Objetivo: Demonstrar a influência do acompanhamento de atletas, e a evolução da doença conforme o afastamento das atividades esportivas.

Relato de caso: JHR, jogador profissional de futebol, 33 anos, encaminhado por suspeita de CMH, apesar de assintomático. Antecedentes pessoais incluem hipertensão arterial desde os 22 anos. Inicialmente, exames sugeriram dilatação das cavidades cardíacas (VE=70) e miocárdio não compactado. No primeiro ecocardiograma, a septação era de 19 mm e a parede posterior de 11 mm, com espessura do ventrículo esquerdo de 57 mm. O primeiro eletrocardiograma indicava hipertrofia ventricular esquerda. Após seis meses de destreinamento, houve ligeira regressão dos achados cardíacos. No entanto, seguindo a conduta de acompanhamento, foi mantido afastado e desqualificado do esporte, apesar de assintomático. Ao longo de três anos, foi submetido a diversas ressonâncias magnéticas (RNM), ergoespirometrias e eletrocardiogramas. A segunda RNM revelou aumento de cavidade, dentro dos limites da normalidade, hipertrofia septal assimétrica com septo de 16 mm. Após três anos de acompanhamento, os exames indicaram uma diminuição da hipertrofia quando comparado ao início, com diminuição do septo para 12mm. No entanto, as decisões clínicas baseadas na suspeita inicial de CMH e na precaução de não retornar às atividades físicas competitivas acabaram por encerrar sua carreira como atleta profissional. Após três anos de acompanhamento, iniciou retorno ao futebol recreativo, mas já era tarde para recuperar sua forma física, resultando na perda definitiva de sua carreira.

Conclusão: Este caso destaca a importância do acompanhamento cuidadoso e da consideração de diferentes possibilidades diagnósticas, além de ressaltar os riscos de decisões baseadas em suposições, que podem ter consequências para os pacientes.

 

 

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