Introdução: A aterosclerose é desencadeada por eventos que ocasionam o estreitamento dos vasos e ativação de vias inflamatórias e tem como resultado a formação de placas de ateroma que culmina no espessamento e obstrução dos vasos, levando a diversas doenças cardiovasculares (DCV). O processo da aterosclerose ocorre devido ao aumento da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e pode ser controlado de maneira eficaz com o uso de estatinas. Mesmo que haja um tratamento eficiente, o índice de óbitos por DCV permanece elevado. Logo, este estudo objetivou analisar o perfil epidemiológico dos óbitos por aterosclerose no estado de São Paulo em uma década. Métodos: Estudo observacional de 2013 a 2022, através da análise estatística comparativa de dados de óbitos decorrentes de doenças do aparelho circulatório e aterosclerose, coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), com as variáveis: Aterosclerose, doenças do aparelho circulatório, faixa etária e óbitos. Resultados:
Tabela 1 – Estratificação de óbitos por doenças do aparelho circulatório e aterosclerose entre 2013 e 2022 no estado de São Paulo.
Faixa etária |
Óbitos por doenças do aparelho circulatório |
Óbitos por aterosclerose |
Óbitos de 30 a 49 anos (%) |
7.55% (65836) |
0.0072% (63) |
Óbitos de 50 a 69 anos (%) |
32.95% (287166) |
0.0102% (890) |
Óbitos de 70 anos e mais (%) |
59.49% (518486) |
0.3772% (3288) |
Total de óbitos |
100% (871488) |
0.4866% (4241) |
As doenças do aparelho circulatório somam 871488 dos óbitos no estado de São Paulo ao passo que a aterosclerose representa aproximadamente 0.48% desse montante. A análise por faixa etária revela que a maioria dos óbitos por aterosclerose ocorreu em pacientes com 70 anos e mais (0.37%), seguido por pacientes de 50 a 69 anos (0.01%) e de 30 a 49 anos (0.007%). Esses achados enfatizam a importância do uso de estatinas, pois além de conferir proteção cardiovascular pela redução do nível de colesterol, auxilia na diminuição da oxidação do LDL, promovendo estabilização da placa de ateroma e reduzindo os principais eventos cardiovasculares adversos. Conclusão: Logo, embora os óbitos diretos por aterosclerose possam não ser significativos, sua contribuição para o desenvolvimento de várias DCV os torna relevantes. O uso de estatinas é uma estratégia crucial para controlar o processo aterosclerótico e mitigar seus efeitos adversos, sublinhando a importância da educação sobre saúde cardiovascular e implementação de políticas de saúde voltadas para a prevenção e tratamento da condição.