Introdução: Os medicamentos anticoagulantes são fundamentais para prevenir eventos trombóticos em pacientes e a varfarina é o principal anticoagulante oral indicado e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A avaliação da efetividade e segurança da varfarina é por meio do exame de tempo de protrombina (TP) e a razão normalizada internacional (RNI) e aguardar atingir a faixa terapêutica indicada pode prolongar o tempo de internação. O objetivo do estudo é descrever as ações do farmacêutico no processo de desospitalização precoce destes pacientes. Métodos: Estudo retrospectivo, do período de julho de 2021 a dezembro de 2023, realizado no Hospital Terciário Especializado em Cardiopneumologia em São Paulo. São elegíveis para alta precoce os pacientes valvopatas, em condições clínicas de alta hospitalar, cuja pendência é o ajuste de RNI devido a não estarem na faixa terapêutica, a receita médica de alta hospitalar é elaborada com varfarina associada à heparina de baixo peso molecular. O farmacêutico clínico realiza a orientação do paciente com folder informativo e uma tabela com os medicamentos organizados por horário e dose prescrita. O paciente é orientado também em relação ao acompanhamento ambulatorial que deverá realizar, com exames frequentes e teleconsulta com o farmacêutico clínico, para ajustes na dose de varfarina. O farmacêutico verifica os dados para contato da teleconsulta e realiza a transição de cuidados para o farmacêutico clínico ambulatorial. Resultados: Foram incluídos 85 pacientes, 61,2% do sexo feminino. A meta terapêutica ambulatorialmente para 18 (21,2%) pacientes era de 2,0-3,0 e na alta hospitalar: 10 pacientes estavam entre 1,0-1,2 e 8 estavam 1,3 a 1,6. Para os 67 (78,8%) pacientes a meta terapêutica era entre 2,5 a 3,5 e na alta hospitalar: 37 pacientes estavam entre 1,0 a 1,2 e 30 pacientes estavam entre 1,3 a 2,3. Realizamos a somatória de dias que os pacientes foram acompanhados ambulatorialmente até atingir o INR indicado e foram 5.759 dias. Considerando a média de permanência dos pacientes internados no hospital em 2023 que foi de 11,5dias, conseguimos internar 500 novos pacientes nos leitos liberados. Conclusão: Observa-se que o protocolo de desospitalização é responsável por gerar economia ao SUS e o Farmacêutico Clínico inserido na equipe multiprofissional é capaz de promover maior segurança e continuidade na terapia, através da educação em saúde promovendo o uso racional de medicamentos.