Introdução: Arteriosclerose é caracterizada por um grupo de doenças vasculares arteriais caracterizadas pelo espessamento e rigidez da parede arterial, a qual pode acompanhar o envelhecimento humano. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da arteriosclerose no Brasil. Métodos: Realizou-se um estudo epidemiológico, transversal, descritivo e quantitativo. Os dados sobre as internações e óbitos por arteriosclerose no Brasil no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2023 foram retirados por meio do Sistema de Informações de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) quanto as seguintes variáveis: região, sexo, raça e idade. As variáveis foram analisadas quanto a frequência absoluta, frequência relativa (FR) em porcentagem e taxa de letalidade (TL), para a TL foi utilizada a fórmula "número de óbitos por determinada variável e período x 100 / número de internações por determinada variável e período”. Resultados: O Brasil registrou 104.178 internações por arteriosclerose no período de 2020-2023, sendo que as regiões Sudeste (n: 50.757; 49%), Nordeste (n: 26.250; 25%) e Sul (n: 18.148; 17%) apresentaram as maiores concentrações de internações, enquanto a região Centro-Oeste e Norte foram responsáveis por 6% e 3%, quando analisada as TL, observou-se uma superioridade na região Centro-Oeste (TL: 4,3%), uma semelhança entre as regiões Sudeste e Nordeste (3,8%), seguida das regiões Norte e Sul (3,5% x 2,9%). Embora os homens tenham sido responsáveis pela maior taxa de internações (56%; n: 58.822), o sexo feminino apresentou uma maior TL (4,2%) quando comparada ao sexo masculino (3,3%). Do mesmo modo, apesar da raça Preta apresentar uma FR baixa (6%; n: 6.259) quando comparada a Branca e Parda (34% e 44%), foi responsável por uma TL (3,3%) próxima as apresentadas por elas (3,5% e 3,6%). Ademais, as idades entre 60-69 (33%), 70-79 (29%) e 50-59 (16%) anos foram responsáveis pelas maiores taxas de internações, porém quando analisado a TL, a faixa etária dos 80 anos ou mais se sobressaiu em relação as outras, com uma TL de 9%, ainda que responsável por uma FR de 14%. Conclusão: O presente estudo mostra que apesar da região Sudeste ser a mais necessitada de hospitalizações, a TL foi predominantemente maior na região Centro-Oeste, assim como visto na distribuição por sexo, idade e raça, onde o sexo feminino e uma idade superior a 80 anos apresentaram uma maior TL, apesar de uma menor FR, tal como, a raça Preta que apresentou uma TL próxima as apresentadas pelas raças com maiores FR.