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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

ANÁLISE DO NÚMERO DE ÓBITOS POR DOENÇAS REUMÁTICAS DA VALVA MITRAL OCORRIDOS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Angelica Maria Mazoca Orozco, Guilherme Vieira Gonçalves, Ingrid Bortolucci, Vivian De Biase, Carlos Gun, André Pastore Mesquita
UNISA - São Paulo - São Paulo - Brasil

INTRODUÇÃO: A febre reumática, prevalente em países subdesenvolvidos, afeta principalmente jovens. Sua fisiopatologia envolve uma resposta autoimune tardia à faringoamigdalite estreptocócica. É bifásica, apresentando uma fase aguda com manifestações cardíacas (insuficiência cardíaca e mitral) e extra cardíacas (artrite, coreia), e outra crônica, apresentando, em sua maioria, valvulopatias como a estenose mitral. A estenose mitral, resultante de evolução lenta, é mais prevalente em mulheres e associada à doença reumática. Autoanticorpos provocam inflamação e fibrose, restringindo a abertura da válvula. Isso leva à congestão pulmonar, aumento de pressões e falência ventricular. O quadro clínico inclui dispneia, tosse, estase jugular, sinais de baixo débito cardíaco, arritmia e manifestações embólicas. Já a insuficiência mitral costuma ocorrer na fase aguda da doença reumática, caracterizada por regurgitação sanguínea para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular; além dos sintomas relacionados à estenose mitral, também causa manifestações anginosas e de endocardite. O estudo visa analisar óbitos por doença reumática mitral em São Paulo (SP), buscando identificar perfis epidemiológicos para reforçar diagnósticos precoces e reduzir falecimentos.METODOLOGIA: Trata-se de uma análise epidemiológica, descritiva, transversal e retrospectiva do número de óbitos por ano, cor, sexo e faixa etária ocorridos no município de SP de 2019 à 30 de novembro de 2023, dados utilizados do DATASUS (TABNET).RESULTADOS: De 2019 a novembro de 2023, foram 375 óbitos por doenças reumáticas mitrais em SP, com variação anual. A maioria dos falecimentos foram em 65 anos ou mais, sexo feminino e da cor branca. Houve aumento nas taxas de mortalidade de 2019 a 2022, mas em 2023 houve estagnação. A mortalidade está mais associada ao sexo feminino, com 73,6% dos óbitos, e aos pacientes de 65 anos ou mais, 57,3% dos falecidos. Os dados pesquisados não discernem entre óbitos por insuficiência e estenose, impossibilitando a quantificação e comparação entre as duas condições.CONCLUSÃO: Os dados mostram um não aumento de óbitos de 2022 para 2023, contrariando tendências de anos anteriores. A população branca, idosa e de sexo feminino obtiveram maior número de óbitos, sendo a faixa etária o principal fator, apesar dos mais jovens serem mais acometidos pela literatura. Porém, não é possível afirmar com certeza que as patologias reumáticas mitrais foram as únicas causas de óbito, pois outras comorbidades poderiam estar presentes.

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