Introdução: A doença cardiovascular continua estabelecida como a principal causa de óbito no Brasil e também em São Paulo, tendo como fator de risco cardinal o crescimento de depósitos gordurosos nas artérias coronárias, as chamadas placas de aterosclerose. O tratamento para doença aterosclerótica coronária (DAC) inclui intervenções bem consolidadas na prática, sendo a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) uma das mais importantes medidas terapêuticas no contexto hospitalar, principalmente em pacientes portadores de lesões triarteriais ou com diabetes associada. Nesse sentido, a CRM vem apresentando importantes avanços em relação à redução da mortalidade e morbidade inerentes ao procedimento cirúrgico, principalmente através das inovações tecnológicas dos últimos anos. Sendo assim, o seguinte trabalho se objetiva a analisar a mortalidade da revascularização miocárdica em pacientes com DAC supracitadas, para uma melhoria da assistência hospitalar e das políticas públicas de saúde, pleiteando uma mortalidade hospitalar cada vez menor.
Métodos: Estudo de caráter epidemiológico, descritivo e transversal. Foi realizada coleta de dados através do banco informativo de saúde DATASUS (TABNET), correspondente aos óbitos de pacientes submetidos a revascularização miocárdica entre os anos de 2013 a 2023 no município de São Paulo. As variáveis utilizadas são: raça/cor, sexo e faixa etária.
Resultados: Analisando os dados coletados, é notável que o ano de maior incidência de óbitos foi 2014 com 123 óbitos, representando aproximadamente 13,91% do total do período estudado. A raça mais afetada foi a branca, com 65% dos óbitos. Já a faixa etária mais acometida foi entre 65 e 69 anos, totalizando 22,05% dos óbitos. Em relação ao sexo, a prevalência é masculina, caracterizando 58,37% dos óbitos.
Conclusões: Em relação à abordagem terapêutica analisada nos últimos 10 anos no município de São Paulo, foi verificada uma maior mortalidade no sexo masculino, em idades avançadas e na raça branca. Além disso, é importante destacar que houve uma redução significativa nas taxas de desfecho cardiovascular primário nos pacientes submetidos ao procedimento. Esse cenário reforça a projeção da CRM como um tratamento cada vez mais seguro e eficiente no contexto das doenças coronarianas.