INTRODUÇÃO: A gordura visceral (GV) é considerada um marcador de risco cardiovascular, especialmente pelo seu potencial inflamatório. A restrição calórica (RC) é estabelecida como uma das principais intervenções para reduzir a GV. Entretanto, estudos de superioridade têm sido propostos com finalidade de verificar o potencial efeito adicional de intervenções sobre a GV. Os probióticos, por modificarem a microbiota intestinal, são apontados como potenciais moderadores de diversos desfechos em saúde, incluindo a GV e os parâmetros inflamatórios. Isto posto, o objetivo do presente estudo foi verificar se a suplementação probiótica associada à RC otimiza a redução de GV e parâmetros inflamatórios de homens adultos vivendo com obesidade. MÉTODOS: Trata-se de um ensaio clínico randomizado duplo-cego aprovado pelo COEP da UNIFESP (nº 0309/2022) e registrado no ReBEC. Os critérios de inclusão foram: homens sem doenças intestinais (25 e 44 anos, IMC entre 30 e 39,99 kg/m2). Os participantes foram alocados aleatoriamente (1:1) em dois grupos: RC associada a probióticos (RCPRO) e RC associada a placebo (RCPLA). A RC foi de 30% do gasto energético total (GET). O GET foi obtido pela soma do GE de repouso (K5®) do fator atividade (1,5) e do efeito término do alimento (10%). A dieta foi composta por 50% de carboidratos, 30% de gordura e 20% de proteína. A suplementação probiótica foi composta por 1x109 UFC de Lactobacillus acidophilus NCFM, Lactobacillus rhamnosus HN001, Lactobacillus paracasei LPC-37 e Bifidobacterium lactis HN019 e o placebo por maltodextrina. A intervenção foi conduzida por 12 semanas. A gordura visceral (GV) foi estimada pela bioimpedância elétrica (Inbody®). Os parâmetros inflamatórios (TNF-a e IL-6) foram mensurados por Multiplex®. RESULTADOS: A amostra foi composta por 24 homens, sendo 12 do RCPLA (35,3±3,35 anos; 35,4±2,73 % de gordura; 171±18,9 cm2 de área de GV) e 12 do grupo RCPRO (35,5±5,11 anos; 34,5±5,11 % de gordura; 165±22 cm2 de área de GV). Após as 12 semanas, verificou-se que a RC reduziu a área de GV (Diferença média [DM]: -15,45 cm2; F= 25,336; p< 0,001; h2p= 0,571). Entretanto, não foi verificado efeito da suplementação probiótica (DM: 3,59 cm2; p= 0,652). Ademais, a RC (p= 0,566; 0,263) ou a suplementação probiótica (p= 0,814; 0,678) não modificaram os níveis de TNF-a e de IL-6, respectivamente. CONCLUSÃO: A suplementação probiótica associada à RC não otimiza a redução de gordura visceral derivada da RC isoladamente. Ademais, ambos, RC e suplementação probiótica não afetaram os níveis de TNF-a e IL-6 após 12 semanas.