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É possível determinar a massa ventricular esquerda em pacientes com miocardiopatia hipertrófica baseada na aferição do intervalo QTpico pela derivação D1?

DALMO MOREIRA, Tiago Bignoto, Edileide de Barros, Ricardo Habib, Claudia Fragata, Kleber Serafim, Paulo Costa, Maria C. M. Reis, Rogerio Andalaft, Gabriela Hickelman
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A hipertrofia ventricular esquerda está associada à maior risco de arritmias ventriculares potencialmente malignas e, é um fator de risco para morte súbita em pacientes com miocardiopatia hipertensiva e hipertrófica (MCH). O ecocardiograma é o padrão ouro para a determinação dessa variável pois detecta anatomicamente o aumento da massa muscular. O eletrocardiograma é uma ferramenta de investigação disponível no consultório médico. A duração do intervalo entre o início da onda Q e o pico da onda T por essa técnica, avalia o processo de despolarização até o final da repolarização do epicárdio e pode refletir assim, o remodelamento elétrico cardíaco, antes mesmo que se estabeleça a hipertrofia ao ECO. Estudos clínicos indicam que esse intervalo quando maior que 350 ms associa-se a maior grau de hipertrofia ventricular esquerda em hipertensos.

Objetivo: Avaliar se o intervalo QTpico na derivação D1 é capaz de estimar a massa ventricular esquerda em pacientes com MCH.

Métodos: 55 pacientes (24 , 31 ♂; média de idade 38±14 anos, variando entre 12 e 61 a) foram consecutivamente avaliados em ambulatório de Miocardiopatias, quando tiveram registrados o ECG e submetidos ao ECO bidimensional para confirmação diagnóstica de MCH. Considerou-se aumento da massa de VE valores ≥95 g/m2 em e ≥115 g/m2 em . Foram obtidos os valores dos intervalos QT, QTc, QTpico e QTpicoc na derivação D1. Com os valores das medidas foi obtida a curva ROC para se determinar a sensibilidade, especificidade e área sob a curva, além da razão de chances positiva e negativa considerando-se um valor de 350 ms para se estimar a massa a indexada do VE. Considerou-se essa associação quando os valores P < 0,05.

Resultados: A duração média das variáveis do ECG foram: QT 425±50 ms (variando entre 300 e 520 ms); QTc de 450±46 ms (350 a 638 ms); QTpico foi 333±43 ms (236 a 427 ms); QTpicoc de 349±36ms (275 a 471 ms). A média da massa estimada do VE foi de 178±57 g/m2 (73 a 371 g/m2).  Quando se obteve a curva ROC, a sensibilidade e especificidade do intervalo QTpicoc foram de 52,4% e 81,5% respectivamente,  (razão de chances positiva de 2,83 e negativa de 0,58) para se estimar a massa de VE > 199 g/m2 (c=0,665; p<0,03).  

 Conclusões: 1. O intervalo QTpicoc na derivação D1 apresenta moderada capacidade para detectar a massa ventricular esquerda em pacientes com MCH; 2. Essa variável pode ser útil para se estimar a gravidade da MCH, particularmente considerando-se a disponibilidade e a grande utilidade do eletrocardiograma no consultório médico. 

 
 

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