A ingestão leve ou moderada de álcool parece ter ação cardioprotetora, enquanto o consumo nocivo de álcool (CNA) está associado a doenças cardiovasculares e taxas de morbi-mortalidade mais elevada. Ações de saúde pública para redução do CNA cumpre importante papel para controle dos riscos cardiovasculares. As técnicas de triagem e intervenção breve (TIB) são reconhecidas têm sido usadas para indução de mudança de hábitos, como o consumo de álcool e drogas ou estimulo à pratica de atividade física. Por outro lado, é crescente o uso de smartphones e suas facilidades no dia a dia das pessoas. Assim, é plausível hipotetizar que ferramenta destinada à redução do CNA com base em TIB possa ser implementada utilizando recursos disponíveis nos smartphones.
Objetivo:
Apresentar o desenvolvimento e os resultados iniciais de ferramenta que utiliza a técnica de robô em WhatsApp para TIB.
Métodos:
Desenvolvimento de algoritmo com os passos de uma pessoa que interage com o robô com as todas possíveis variações e caminhos de respostas, sempre preservando os aspectos da lei geral de preservação de dados e aspectos psicológicos e sociais procurando semântica mais adequada. Utilização de recursos de motor de robô e as regras de conformidade regidas pela Meta Inc. Estudo clínico randomizado na proporção de 1:1, para braço de TIB presencial e braço TIB eletrônico (e-TIB) para avaliação de aplicabilidade do sistema eletrônico. A triagem sendo feita pela aplicação do questionário internacional AUDIT e técnicas de entrevista motivacional para a intervenção breve.
Resultados:
Foi desenvolvida a aplicação e testado o protótipo entre os membros da equipe de pesquisa e pessoas próximas e foi considerada adequada. Iniciada pesquisa clínica randomizada, para a qual foram recrutados 132 indivíduos, destes 113 foram randomizados, sendo 57 para e-TIB e 56 para o braço convencional. Na zona I, sem risco pelo consumo de álcool, foram classificadas 69 pessoas, 14 pessoas para zona II, consumo moderado, seis na zona III e duas na zona IV, consideradas zonas de risco. A aplicabilidade do uso do e-TIB foi constada plena para 38%; 0,07% apresentaram dificuldades no uso do celular; 0,16% não iniciaram a jornada no e-TIB; 0,11% não completaram a triagem; 0,02% desistiram e 0,04 outros motivos.
Conclusão:
Sistema de e-TIB representa, até o momento uma ferramenta possível de utilização em quase 40% das pessoas.